o quadro do dudi
Esse quadro do Dudi me machuca. E se um quadro, de alguma maneira, me machuca, isso para mim é uma coisa boa.
Eu gosto de ser pega de surpresa.
Sou leiga, mas a arte me intriga e não consigo ficar calada. Eu mesma já pintei e desenhei, pois isso também faz parte do cotidiano de arquitetos. Mas nunca me satisfiz pintando. Nunca achei que consegui, dentro de um desenho ou um quadro, expressar exatamente o que era necessário expressar.
Acho que para uma coisa ser boa e valer a pena, para dar prazer para a gente e emocionar os outros, ela precisa de duas coisas: ser absolutamente necessária e expressar uma paixão, seja lá pelo que for.
Sou leiga, mas a arte me intriga e não consigo ficar calada. Eu mesma já pintei e desenhei, pois isso também faz parte do cotidiano de arquitetos. Mas nunca me satisfiz pintando. Nunca achei que consegui, dentro de um desenho ou um quadro, expressar exatamente o que era necessário expressar.
Acho que para uma coisa ser boa e valer a pena, para dar prazer para a gente e emocionar os outros, ela precisa de duas coisas: ser absolutamente necessária e expressar uma paixão, seja lá pelo que for.
Necessidade e paixão, é isso.
Semana passada comentei com um amigo meu que eu me sentia aflita com os quadros do David Hockey porque me pareciam muito tristes. Não que eu ache ruins, ao contrário. São bonitos e são tristes. Acho que a boa arte faz isso conosco: de algum modo, nos aflige.
Comigo essa forma de expressão, a pintura, nunca deu certo, por isso eu saí procurando outras formas. Escrevendo eu consigo chegar um pouco mais perto do que me é necessário. Mas ainda não cheguei lá: como eu disse ao Nelson Leirner, ainda não sei o que vou ser quando crescer.
Bom, mas eu queria falar sobre os quadros do Dudi. Não vi muitos, não fui a muitas exposições dele, mas acho que não é preciso se empanturrar num jantar para descobrir que a comida é boa. É que os quadros do Dudi têm dentro deles uma enorme paixão. E eu sinto foi absolutamente necessário para ele fazê-los.
Necessidade e paixão, de novo. Vê?
Mulheres em geral gostam muito de metáforas e de comparações. Um dia eu vi um dos quadros dele. Era um enorme quadro vermelho, comprido, brilhante e violento, que acabava numa linha seca. Eu tive arrepios. Era muito sangue, o abismo era enorme depois daquele limite e aquela cor doía.
Sim, era um quadro violento. Mas mostrava coisas muito importantes. Que não podemos ter medo de chegar na pontinha do mundo. Que temos que passar através de todas as portas que aparecem na nossa frente. Que todos somos feitos de sangue e que temos que ter compreensão da nossa pequeneza diante do inesperado. Só assim podemos ser gigantes. Não sei se o Dudi sabe o que vai se quando crescer. Talvez ele deva ser um gigante.
Eu exagero, né? É que eu vivo na beira do abismo.
A vida vale a pena por causa disso.
Semana passada comentei com um amigo meu que eu me sentia aflita com os quadros do David Hockey porque me pareciam muito tristes. Não que eu ache ruins, ao contrário. São bonitos e são tristes. Acho que a boa arte faz isso conosco: de algum modo, nos aflige.
Comigo essa forma de expressão, a pintura, nunca deu certo, por isso eu saí procurando outras formas. Escrevendo eu consigo chegar um pouco mais perto do que me é necessário. Mas ainda não cheguei lá: como eu disse ao Nelson Leirner, ainda não sei o que vou ser quando crescer.
Bom, mas eu queria falar sobre os quadros do Dudi. Não vi muitos, não fui a muitas exposições dele, mas acho que não é preciso se empanturrar num jantar para descobrir que a comida é boa. É que os quadros do Dudi têm dentro deles uma enorme paixão. E eu sinto foi absolutamente necessário para ele fazê-los.
Necessidade e paixão, de novo. Vê?
Mulheres em geral gostam muito de metáforas e de comparações. Um dia eu vi um dos quadros dele. Era um enorme quadro vermelho, comprido, brilhante e violento, que acabava numa linha seca. Eu tive arrepios. Era muito sangue, o abismo era enorme depois daquele limite e aquela cor doía.
Sim, era um quadro violento. Mas mostrava coisas muito importantes. Que não podemos ter medo de chegar na pontinha do mundo. Que temos que passar através de todas as portas que aparecem na nossa frente. Que todos somos feitos de sangue e que temos que ter compreensão da nossa pequeneza diante do inesperado. Só assim podemos ser gigantes. Não sei se o Dudi sabe o que vai se quando crescer. Talvez ele deva ser um gigante.
Eu exagero, né? É que eu vivo na beira do abismo.
A vida vale a pena por causa disso.
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Que tal minha crítica, Sheila? Tenho jeito pra coisa?
E você, Dudi, gostou?
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