corra franka, corra!
Pobre Luciana!
Eu, a mãe dessa casa, estava trabalhando aqui no escritório no início da tarde de hoje. Chega o Chico e o Juliano, um amigo da classe dele. Os dois tem quinze anos e aquelas vozes grossas.
- Falaí, mamita. O Juliano veio aqui porque a gente tem um trabalho de biologia para fazer. É um tipo uma experiência.
- Tá bom, filho. Legal. Já almoçaram?
- Já, fica fria. Tem mais uma amiga nossa que também vem daqui, a Luciana. Ela também é da equipe. Você não conhece.
Os dois subiram para o quarto carregando um monte de tralha: uns pedaços de isopor, cartolinas, papéis, saquinhos, plantas, sementes e outros materiais. Depois de mais ou menos uns vinte minutos, os dois batem na minha porta.
- Mamita...
- Fala, filho.
- A gente vai sair um pouquinho e já volta. A gente precisa comprar uma coisa coisa no supermercado.
Eu olhei, curiosa. Ele continuou explicando.
- Temos que comprar camisinhas, ô mamita - E ele me olhou sério - Para a experiência, você sabe.
Eu não falei nada. Ele pigarreou, seríssimo, e continuou.
- Rammm... e, se a Luciana chegar, pede para ela subir e esperar a gente lá no quarto, tá? Fala que a gente foi só até ali e já volta.
- Tá filho. Se a Luciana chegar eu aviso: "Oi Luciana, olha, sobe lá no quarto do Chico e espera um minuto, que ele foi só comprar uma camisinha e já vem". É isso? - perguntei, rindo.
- Ah, num me enche, mamita. Tchau.
***
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