domingo, 29 de agosto de 2010

pensando sobre o que é entrevistar



Eu fico inventando moda, e algumas modas sem querer dão certo. Depois da entrevista com o Prata, que tá ai do lado, mexi aqui e ali, o pessoal da Rádio me incentivou, e perguntei para o pessoal do "Letras em Cena" se eles não queriam fazer uma parceria comigo pra fazer um programa de entrevistas de teatro pra Rádio USP. Dai nasceu o "Franka em Cena", hahaha, um novo programa meu, onde eu, e o pessoal do Letras em Cena entrevistamos toda semana um ator, diretor ou autor de teatro. Gente-as-coisas-que-eu-me-meto. Gente-Fábio-da-Rádio-USP-obrigada. O interessante nessa história toda é que passei a pensar sobre o que é fazer uma entrevista. Nunca tinha me passado pela cabeça na vida entrevistar alguém, afinal vivo de obras, de escrever. E entrevistar não é mole. Primeiro que depende de você que a pessoa fique a vontade. Muita gente fica atrapalhadíssima diante de um microfone. Eu sei, já fiquei. E gente travada não fala. E você tem que fazer pergunta de bola de squash, que pá, volta rapidinho, e nunca de bola de meia, que volta toda chocha. Depois você tem que perguntar coisas que a pessoa goste de responder, senão não tem entrevista. O assunto é teatro, mas será que posso perguntar coisas meio paralelas? "Você decora os textos se olhando no espelho? Qual o melhor camarim da cidade? Qual o maior fora que você já deu no palco?". Talvez seja bom eu não ser muito séria. Talvez o melhor seja ser apenas a Franka Entrevistadora, e fazer minhas perguntas à la "frankamente...". O programa de estréia eu já gravei, vai ao ar dia 10/09, na Rádio USP, Programa Áudio Papo, às nove horas, eu acho - a confirmar, eu aviso aqui e no Facebook. Gaguejei um pouco, tropecei nas palavras, falei bobagens mas acho que ficou divertido. Hahaha. Franka em Cena. Não percam.

sábado, 28 de agosto de 2010

post de aniversário




Putis, gente, hoje o "frankamente..." faz seis anos. É aniversário da Franka! Um dois três quatro cinco seis aninhos. E nesses seis anos aconteceu coisa pra burro. Publiquei 1488 posts e fiz 72 rascunhos. Escrevi em um monte de sites da internet. Larguei o blogspot, fiz um site, voltei pro blogspot. Publiquei na Folha, na Revista da Folha, na revista Morar. Fui entrevistada. Fiz uma peça de teatro, o Crânio, participei das Satyrianas, escrevi quatro romances não publicados, escrevi um monte de peças de teatro que ainda tão super inéditas. Falei bobagem até não poder mais. Arrumei um monte de amigos, essa a melhor parte. Tenho um programa na rádio USP, o "Fala, Franka!". Vou ter outro programa de rádio, que estréia dia 10/09, o "Franka em Cena", com entrevistas de teatro, super engraçado isso. Menti um monte, falei um monte de verdade também. Entrei no Orkut, no Twitter e no Facebook, mas como tudo que a gente coloca nesses lugares vai pra beleléu, continuo com o blog. Aqui posso inventar qualquer coisa e tá tudo documentado e guardado. Dimais pensar assim, em retrospectiva. Até que valeu a pena, frankamente... Hahaha.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

a corrida do email



Tem uma coisa muito engraçada que às vezes acontece comigo e com o meu email. É assim. Eu chego no trabalho. Abro o micro, olho os emails. Às vezes tem uns dez, às vezes uns vinte, às vezes quatro. Sei lá. Vamos dizer que tenham dez. Começo a responder o primeiro email, o que foi mandado antes, respeitando a ordem de chegada. Quando estou respondendo o segundo, pimba, entra mais outro email. Putz. Se eu tinha oito para responder, tenho nove agora. Vou continuando, e quando estou, digamos com cinco para responder, às vezes entram mais cinco. Ah, que inferno. Voltei à estaca zero de novo? Tento ir rápido pra acabar com os dez, faço esforço pra não me distrair com msn, skype e facebook. Corra, Franka, corra. Consigo ficar só com dois, quando pimba, entram mais três emails. Saco! Começo a ficar aflita, parece que aquilo não vai acabar nunca. É todo dia assim comigo e com meus emails, hoje que reparei, é como uma corrida, tipo um jogo de tabuleiro, onde você não tem controle sobre os dados, entende? Tem dias que parece que aquilo não vai acabar nunca. Tenho um pouco de saudade das conexões lentas, juro. Mas no ranquin da corrida do email, digamos que estou bem na frente dele. Difícil eu não ganhar dele no fim do dia. Franka, mega caubói.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

cabeamento desestruturado



Gostaria muito de saber como as pessoas resolvem o problema de guardar cabos em casa. O cabo de descarregar as fotos da máquina, o cabo de carregar a máquina, o cabo de carregar o iPod, os fones do iPod, o cabo de descarregar os arquivos do telefone, o cabo de carregar o telefone, o cabo do fone de ouvido do telefone e o cabo de ligar o negócio que toca o iPod. Os meus eu guardo nesse necessarzinho que ganhei de brinde, mas olha a macarronada que fica. Basta tirar um que vem todos de brinde. Os nós são absurdos, principalmente nos fones de ouvido, que se dividem em dois. Penso que devo bolar um pendurador de cabos fixado na parede, poderia resolver com uns pregos, ou talvez fazer um varal, mas fazer um varal significaria pendurar os fios em outro fio, coisa que me parede muito perigosa, uma vez que quero me livrar deles. Isso fora os fios que não estão embaralhados e que ficam aqui em cima da mesa. Achei que laptop wireless como o meu não tinha fio, mas, que piada. Só aqui do lado tenho 4: o cabo da energia, o cabo da impressora, o cabo do scanner e o cabinho do mouse, uma vez que não sei usar o dedo pra mexer. Se antes meu escritório era entulhado de papel, agora é entulhado de cabos. Vamos ô humanidade, resolve isso logo, plis.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

oi genteeeeeeee!





A gente tava conversando ontem sobre o Facebook, eu e a Anna. Descobri que adoro fofocar sobre as coisas que acontecem no Facebook. Sobre o que as pessoas fazem, falam, postam. Entender a personalidade de cada um baseado no jeito que a pessoa usa o Facebook. Os que aparecem só quando aceitam amigos, os chatos que te entopem de iutubes inúteis, uns mil por dia, os que adoram mostrar que tem uma puta vida social e que são marcados em vinte mil fotos. Aqueles que colocam foto de quando eram jovens hippies e cabeludos. Os que fazem propaganda sem parar das suas peças e shows.
- E tem os malas do Facebook - disse a Anna.
- Malas? - perguntei.
- Sabe aqueles que acordam de manhã e escrevem "oi genteeeeeee!"?
Hahaha.
- Putz, Anna, ô se sei - respondi - São pessoas que conversam com o Facebook. Sei lá, parece que o Facebook é um ser que a pessoa tem que falar com ele sempre. Tipo um bichinho virtual, tamagoshi.
- Eu de-tes-to esses malas! De manhã você abre o site e lá vem aquele monte de "bom diiiia!", ou "ai que soooono", sempre com um monte de letra repetida, repara. De repente no meio do dia, aparece um "brrrr!". Caraca, e dai que tá frio? E daí?
A Anna é engraçada. Ela continuou.
- E tem aqueles que contam a comida que acabaram de almoçar, e daí? e outros que avisam que tem que ir no bancooooo, e daí? aqueles que avisam que odeeeeeeiam call center, e daí? Santoooooos! Curingããããããão! E dai?, e dai? e daì? Não sei, tem dias que eu penso: que eu tou fazendo aquiiiii?
E daí Anna, que ter amigos é isso mesmo. Engolir um monte de sapo, achar graça e... curtir isso. Hahaha.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

franka flintstone



Sim, até hoje tem o perigo da gente perder tudo que tem dentro dos computadores. O tempo passa, computadores cada vez mais legais e mais modernos, mas a gente continua perdendo tudo a troco de nada, basta um vírus bobo, basta uma peça quebrada. Nada melhor que papel, até hoje. Tava conversando sobre isso outro dia quando lembrei que tenho muitas cartas antigas, da minha avó, da minha tia, do meu pai, para diversas pessoas. É uma parte da minha história, uma parte que eu não perdi, o que é muito legal, comentei.
- Já nossos filhos não vão ter nada, porque a gente não manda carta, só email - comentou um amigo meu - E email perde, some, desaparece, claro, lá no futuro quem vai conseguir ligar o nossos computadores jurássico de vovôs?
Puxa. Na hora que ele falou isso, pensei que deveria, rapidamente, imprimir todos meus emails que já mandei e recebi na vida, como se fossem cartas. Mas quem disse que eu tenho todos? Já perdi um monte, uma pena. E haja saco imprimir tudo. Onde guardar a papelada? E quem disse que papel é seguro mesmo? E se um dia tem o fim do mundo e todos os papéis se queimam? E foi pensando nisso que eu conclui que, se a gente quer guardar uma informação, uma idéia, para sempre, o melhor mesmo é gravar numa... pedra. Ora, se um tiver o fim do mundo e todos os papéis queimarem, as pedras ficam. E os extraterrestres, quando chegarem, vão achar que nossa humanidade toda só existiu até a idade da pedra e que não fomos adiante! Claro que tem outras coisas escritas em pedra, coisas atuais, mas não são muitas, pois a gente hoje em dia ou escreve em papel ou em computador. E foi ai que eu resolvi que tenho, urgente, que parar de escrever no micro e começar a escrever em... pedras.
- Mas Franka, peloamordeDeus, que idéia - disse meu amigo - Você vai demorar horas escavando cada palavra na pedra. Se você tivesse, agora, que escrever tudo isso que a gente tá falando em uma pedra, ia demorar horas e horas. Não é viável.
- Claro que é viável - respondi - Eu poderia andar com tabuletas de pedra e usar um motor daqueles de dentista para escrever. Sabe o motor de tirar cárie? Bastava uma máquina daquelas e eu podia escrever qualquer idéia rapidinho.
Acho realmente que a memória da humanidade deveria estar escrita em pedras. E estamos indo rumo a elas, se a gente pensar bem, afinal, o iPad não é uma tabuleta de pedra meio mal feita?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

meninas, meninas

Fiz um reunião hoje com seis mulheres. Na minha profissão isso é absolutamente inédito. Vou todo dia em obra e meio que só tem homem. Não existe (pelo menos nunca vejo) a profissão de pedreira, ou gesseira, ou marceneira. Existem arquitetas, engenheiras e mulheres na limpeza das obras, mas no dia a dia só tem homem mesmo. Tou acostumada a discutir futebol, política, rir de piada de bicha e dar bronca quando eu ouço muito palavrão. Conversar com mulher é muito legal, adoro minhas amigas e conhecidas, morro de rir com elas. Mas mulher quando resolve ser profissional é super sem graça. Mulher quando vai em reunião parece que finge que nunca ri na vida, como se rir não fosse nada profissional. Eu tentei diversos assuntos engraçados durante a reunião, mas todos foram um fracasso total. Bolas de meia imensas. Elas queriam ser muito executivas, queriam ser muito homens, eu acho. Não sabem que é exatamente o contrário. O post tá bem sem graça, mas é que tou ainda sob o efeito da sem-gracice profissional e nem discorrer muito sobre um assunto no post eu consigo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

o fim do salão de festas?



Sabe uma coisa que eu notei? Acabaram-se os salões de festa dos prédio, gente do céu, virou tudo salão de fitness. Nos prédios construídos até os anos oitenta, o térreo consistia em: jardim na frente pros bebês e velhinhos tomarem sol, espaço pro porteiro junto com o hall de elevadores, que começavam a se acostumar com os aparelhos de interfone, salão de festas, salão de jogos pros adolescentes com pebolim e ping pong, e nos fundos um play ground pras crianças, geralmente num lugar sem sol nenhum. Já morei em muito prédio assim. Aliás, nasci num desses, na rua Haddock Lobo. Posso discorrer aqui um tempão sobre os espaços para os porteiros, que foram enclausurados cada vez mais dentro de cubículos cheios de grades em volta, mas fiquei outro dia pensando nos salões de festas. Ué, onde foram parar? Porque agora todos os salões viraram espaços de malhação (detesto essa palavra), cheios de aparelhos, paredes cheias de espelhos, cantinho pro tal pilates, armário pros colchonetes, e nada de festa. O negócio é malhar ali no condomínio, com a facilidade de tomar banho em casa. Não consigo achar estranho. Acho até melhor, embora não seja fã de ginástica e não more em prédio. Não me recordo de quase nenhum salão de festas que não fosse super deprimente sem a festa.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Seu Acordado



Era um nome estranho assim: "Raspadora e Aplicadora de Pisos Acordado". "Mas que diabos de empresa é essa?", eu perguntei pro engenheiro. "Isso não é nome de raspadora de piso", eu argumentei com ele. "Ora", ele explicou, "é que os caras se especializaram em fazer obras a noite. Escritórios, prédios em construção, obras que tem cronograma corrido. Eles não ligam de trabalhar à noite, dai viraram "os Acordados", o apelido pegou e virou o nome da empresa. Raspadora Acordado", explicou o engenheiro, com a maior naturalidade. "Mas fica tranquila, Lúcia, que eles fazem serviços de dia também, e são muito bons e baratos". Olha. Tem cada nome em empresa de obra que eu nem me espanto mais. Tem uma empreiteira que trabalhou numa obra que eu fiz que se chamava Vai Vendo. 'Empreiteira Vai Vendo', eu juro. Hahaha. E tudo ia 'sendo visto' e deu tudo certo na obra. Bom, eu precisava fazer uma raspagem num apartamento e então chamei o seu Acordado. Me senti ligando pra um dos sete anões, o oposto do Soneca. O homem não era de muitas palavras, mas me entendi com ele. Encontrei com o seu Acordado no apartamento. Umas olheiras enormes, juro. Um homem da noite, não do dia. Tudo ele falava bem devagar, quase dormindo. O homem mais sem ânimo do mundo. Hahaha. Nossa, como o homem tava com sono ao meio dia, gente. Mas ele era barato mesmo, tudo ele arredondava pra uns "contos", bocejando, e fez o serviço direitinho. Tudo bem, de noite ele pode ser o seu Acordado. Mas de dia o apelido do homem, sério, devia ser seu Desanimado. Hahaha.

domingo, 8 de agosto de 2010

colher de sopa



Foi de manhã. Acordei cedo demais, final de semana, não queria levantar, resolvi ver um pouco de TV na cama. Achei um programa de cachorros Achei que podia ser daqueles de adestramento, assunto que me interessa depois da chegada avalassadora da cachorra Sopa. Mas não. Parecia um programa médico de cachorros, tipo um ER Canino. Nossa, cada coisa que inventam, pensei. Mas o programa continuou e me espantei mais ainda. Era ainda mais específico. O tal programa era um programa médico, de cães, mas de cães que engolem coisas. Juro. Primeiro eles mostravam um cão que comeu uma colher de sopa. Lá vinha o depoimento da dona, os médicos e a radiografia, uma simulação do cão todo doentinho, a análise do estado do cão e depois a cirurgia. E no fim os veterinários mostravam a colher, todo orgulhosos, e depois o cão costurado e todo alegrinho e a dona feliz. Depois veio a história de um cão que comeu um monte de moedas, que embolaram na barriga dele e era impossível descobrir o que era aquilo, e ainda depois a história de um cão que comeu o recheio de um coelho de pelúcia, o que foi considerado o caso mais grave de todos, pois era impossível descobrir pelas radiografias o que o cão tinha comido. Gente que programa mais maluco. A Sopa já comeu madeira, meia, pano de prato, plástico e muito jornal. Não comeu colher de sopa, não virou estrela de TV.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

franka, de calça chino



Atenção, let´s go to Frankaland. Foi super sem querer que passei na frente da Richard's e vi que a vitrine cheia de roupas de homem estava cheia de... batinhas de florzinhas. É, batinha, aquela blusinha de mulher toda franzidinha na frente, super fofa. Embora os homens usem roupas cada vez mais modernas, dava pra ver que era impossível aquilo ser roupa de homem. Não aguentei e entrei dentro da loja. Tava tudo dividido em dois: lado de homem, lado de mulher. Nossa. Todo mundo que tem marido, ou pai ou filhos adultos já entrou na Richard's. É uma loja meio cara, eu acho, mas as roupas de homem de lá duram muito. Quando é natal ou aniversário, a Richard's é uma mão na roda. Ou mão na roupa. Você nem pensa muito, entra lá e resolve. "Então agora a Richard's, onde eu sempre vou pra comprar pro Zé e pros meninos tem roupa de mulher? Uau, que legal", pensei. Foi quando veio a mocinha na minha direção.
- Posso ajudar?
- Pode. Tem calça de homem da Richard's para mulher?
- Hã?
- Aquelas calças 'chino' de vocês. Tem pra mulher?
- Tem, claro, mas tem batinha, tem camisa, tem shortinho, tem cintinho, tem camisetinha e...
- Eu não quero nada disso, eu queria uma calça chino. Igual a que vocês vendem pra homem e que eu compro aqui há mais de vinte anos pro meu marido, pros filhos. Tem?
- Tem sim, aqui, olha.
Hahaha. Era idêntica. Não aguentei, experimentei, ficou super com cara de calça chino, não aguentei, comprei. Não precisava de calça e nem tinha dinheiro pra isso, mas sempre achei o máximo aquelas calças e pensava "ah, que pena que não tem pra mim". Hahaha. O mais legal é que eles marcaram e fizeram a barra, igualzinho a dos homens. (Hahaha. Post mais Frankaland, impossível. Tou melhorando a cada dia, né Márcio?)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

franka monstra em 3 x 4



A carta venceu. Sou péssima pra resolver problemas de documentos, mas ficar sem carta dá aflição. A moça da auto escola falou que era simples: trazer documentos, carta vencida, conta de luz, duas fotos, levar lá, fazer exame de vista, responder um testinho, coisa de 40 minutos. Arrumei os documentos e sai para tirar as fotos numa lojinha de fotos sobrevivente que tem no shopping aqui do lado. Você se senta numa cadeira no meio do nada e na vitrine e um menino tira uma foto sua com uma máquina digital muito pior que a sua, a única diferença é que ele revela no tamanho certo. Olha. Na hora percebi o caos que ia ser. Não dá pra nenhuma foto sair sensacional com aquela máquina e naquele lugar, pensei. Mas mesmo assim, peguei o espelhinho, me penteei, passei um treco nos lábios e me prostrei diante do menino, animada. "Pronto, pode tirar". Ai que saudade daqueles lugares de fotos 3 x 4 onde os caras te caprichavam. Clic, "foto um", ele disse, clic, "foto dois, senhora", ele concluiu. "Veja se está bom, senhora". Fui até o micro antigo dele. Olhei a tela. Não! Que horrível! Nunca me vi tão horrorosa, tão feia, tão branca, cheia de olheiras, rugas, a coisa mais baixo astral do mundo. "Moço, bem, tá horrível, dá pra tirar outra?" "Pode sim senhora". Lá fui eu de novo. Cabelo, postura, sorriso, clic, um, clic, dois. Olhei a tela de novo. Não! "Moço, essa não sou eu. Mais uma, por favor...". Olha, na quinta tentativa - estava melhorando um pouco, mas ainda muito além do ideal - acho que ele se encheu. "Olha, a senhora pode esperar eu tirar as fotos dos outros antes? Já tiramos quatro, tem uma fila". Céus. Tinha mesmo. Aceitei a última, arrasada e envergonhada. Pior é que aquela monstra ia ficar na minha carta de motorista por anos. Mas fazer o que. Não ia conseguir um bom resultado naquele lugar nunca. "Não tem importância", pensei. "Quem vê foto de carta de motorista é guarda de trânsito, só eles. Esconderei a carteira na carteira por anos, é só não ser pega em comando, pronto".
Mas a foto-monstra passou a me incomodar, e ontem, quando cheguei em casa e olhei de novo, resolvi dar uma melhorada nela. Entrei num programinha de edição e me dei uma garibada. Troquei meu cabelo, coloquei uns óculos, troquei meu nariz e minha boca, um chapeuzinho, brincões. Dava até pra colocar tatuagem, mas não tinha onde. Olha como fiquei bem melhor. Olha gente, se essa ficou esquisita, imagina a outra, a desgraça. Acho que vou levar essa foto pra revelar e colocar essa na carta de motorista. Será que pode?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

um espelhinho em HD



Resolvi colocar uma TV HD no meu quarto. Tem a da sala, que instalamos há dois anos, é ótima mas é de LSD, já a nova, do quarto, é de LED. Fininha, fininha. Uma complicação: quebra parede, passa fio, pinta parede, troca tomada. O moço que veio trocar o aparelho da NET (nossa, quanta sigla) explicou que não teria nem comparação: "dona, essa TV do quarto da senhora é muito melhor que a outra, essa aqui tem três milhões de pontos (ou alguma outra coisa do tipo) e a da sala tem só um milhão. A senhora vai ver a diferença". Além disso, notei outra coisa. A sala é bem maior, e a TV fica bem mais longe. No meu quarto, a TV de 40 polegadas fica bem no meu nariz.
Ficou sensacional. Na hora que liguei, pááá. Sei lá explicar de outro modo a impressão que tive sobre aquela imagem. Pááá. Que incrível. Pááá. Dava pra ver os poros e os pêlos da pessoa ou do bicho. Uma imagem pra lá de dermatológica. Desde então passei a assistir no quarto só canais em HD, senão não teria graça. Haja NAT GEO e Discovery. Já vi bicho comendo todo tipo de bicho: jacaré comendo rinoceronte, macaco comendo peixe, cachorro selvagem comendo veado, piranha comendo passarinho, é um nojo total. Não aguento mais ver bicho comendo bicho, ando tendo pesadelos. Em HD.
Pras pessoas que a cada dia enxergam menos, como eu, imagem HD é uma mão na roda. Uma mão, uma roda, as duas super nítidas. É como colocar óculos na TV. E sei lá, o fato de enxergar bem passou a me encanar. Acho que foi por cada da TV HD que impliquei com o código de barras da conta da internet e que resolvi ir ao oculista. Ora, se o mundo é daquele jeito, quero ver tudo assim. Em HD. Foi quando fui numa loja dessas que vendem mil coisas e achei um espelhinho com umas ventosas atrás. Nele estava escrito: espelho 10 x. Gente, 10 x! Muito mais que a TV, que era 3 x melhor que a outra. Era meio caro, quase 30 reais, não era tão fino como uma TV de LED, mas não aguentei. Comprei o espelhinho e, clonquit. Grudei na parede do banheiro, bem em baixo da luminária. Me olhei naquilo. Meu Deus. Eu estava em HD master super blaster atômico ou coisa que o valha. Nunca me vi tão grande, tão amplicada, em escala tão macro. Cada poro da minha cara ficou enooorme, céus, que aflição. Fiquei assustadíssima, aquilo era eu? Passei horas analisando minha cara, tim tim por tim tim. Eu mesma em HD. Muito legal. Como pode? Sem fio, sem NET, sem instalação, sem complicação, e muito melhor! Então, uma dica pra quem não tem HD ainda. Compra um espelho desses que é a mesma coisa. Ou melhor.

domingo, 1 de agosto de 2010

uma dica muito chique





Gente, uma dica. Super na moda hoje em dia ter máquina de café expresso da Nespresso na sala e colocar do lado um pote grande, de vidro, cheio de copinhos coloridos com os tipos diversos de café de café. Do lado desse pote e da máquina, você já deixa de prontidão umas xicrinhas e um outro potinho com açucrinhas e adoçantinhos. É mega chique isso, eu reparei. Dai a visita chega e você oferece, como quem não quer nada: "ei, quer tomar um café?" Enquanto você fala isso, você vai até o pote, coloca a mão lá dentro e fica mexendo nos potinhos bem devagar, tic, tic, toc, tic, mostrando a quantidade de tipos de café que você tem ali. O som leve e metálico dos potinhos de sachezinhos batendo no vidro é mais chique ainda, por isso esse é o momento mais importante da cena. É uma coisa mega cowboy, gente. Um desafio das modernas e chiques donas de casa para testarem você. Cuidado. Porque em seguida, se você quiser ser chique como a dona da casa, você tem que conhecer aquele truque e não bobear na hora da escolha. Como eu fiz na semana passada em duas situações em casas diferentes. Saco. A caipira da Franka. "Sim, eu quero", respondi, animada. "E qual você quer?", perguntou a dona da casa. Putz. Boiei. O queriam dizer aquelas cores que não me diziam nada? Era tudo café? Céus. Ora, uma pessoa moderna e elegante, hoje em dia, tem que conhecer o significado das cores dos sachês, claro, para não passar a maior vergonha como eu. Por isso esse post. O mais bacana é você não apenas decorar a cor, mas saber a cor e o sabor, e responder prontamente e bem naturalmente, sem olhar: "ah, azul claro, por favor, você tem o vivalto lungo?". Ou "ah, não tem? então me dá o capriccio, o verdinho". Não importa se o café for horrível porque você não tem a mínima idéia do que quer dizer "capriccio" ou "volutto". Engole rápido e pronto. Eu não tenho máquina da Nespresso, é meio cara, mas passar outro vexame eu não passo: procurei no google e decorei os potinhos feito tabuada. Não é tão difícil ser chique. Hahaha.