sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

fora da guarita


A minha crônica da Revista Morar da Folha de São Paulo de hoje. Sobre a incomunicabilidade das guaritas. Clicando na foto acho que dá pra ler. Penso se meu vizinho da frente lê a Folha. Penso se o guarda da guarita da frente, citado na crônica, lê a folha. Penso se eu deveria colocar hoje a noite um pedaço de pizza no passa-pizza dele como um dica para ele saber que ele é ele e eu sou eu. E na página 56 tem o Jayme, do Dito Assim, com a coluna Habitante. Bem, voltei, sã e salva.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

franka kruzoé


Ó pra onde vou amanhã. Frankinha numa ilhinha perdida no meio do oceano, bem ali na flexinha. (Me pareceu tudo tão pequenininho que revolvi usar muitos diminutivos). Té sexta.

que medo


Fui para a praia com minhas amigas esse final de semana. Antes de sair, resolvemos comprar comida no super. Precisávamos de três refeições: resolvemos que uma seria macarrão, outra shimeji e outra peixe. Fizemos o macarrão no primeiro dia, na hora do almoço, mas a noite não tivemos tanta fome para o shimeji, e ele sobrou para o segundo dia. Foi quando a Drake resolveu que deveria aproveitar o shimeji no peixe. E foi quando ela inventou essa adulteração impressionante e horrorosa, onde recheou o peixe com os cogumelinhos. Quando ela sugeriu, "vamos colocar o shimeji na tainha?", achamos ótimo, mas quando eu e a Viti olhamos aquilo, quase tivemos um treco. Ficou horrendo, monstruoso, assustador, o que gerou um acesso de riso imenso e uma declaração da minha parte:
- Nossa, isso eu tenho que colocar no blog, sei lá porque.
Peixe à las tripas, com fator de alta adulteração. Uma delícia.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

arroz adulterado?

O João joga basquete. Está no time oficial do Clube Pinheiros, na categoria da idade dele, e treina todos os dias, de duas a quatro horas, incluindo finais de semana. É super puxado, e eu passei a levá-lo numa médica que é especializada em crianças que fazem esportes. Ela orienta, faz exames e diz como ele deve se alimentar, além de fazer exames físicos para melhorar o desempenho. Coisa de mãe de atleta. Na semana passada, na consulta, a médica deu a ele uma lista de coisas que ele deveria comer para melhorar seu desempenho. Peixe, frutos do mar, verduras, frutas, carboidratos, etc, tudo de acordo com o resultado dos exames. Cheguei em casa e colei a receita na geladeira.
- Pra você olhar todos os dias e se lembrar que deve comer melhor, João.
Ontem encontrei esse papel, escrito por ele, colado ao lado. Ele não gosta de algumas coisas que a médica recomendou e avisava a Maria que nem adiantava fazer. Que ele não ia comer nem a pau.
A Naninha chegou. Olhou a receita, olhou o papel do João e resolveu intervir. Mas antes resolveu dar uma cutucada, claro. Ora bolas, porque é que a alimentação do João tinha que ser tão importante pra casa toda e ficar exposta ali? Quem perguntou? Quem quer saber? (Irmãos, irmãos...). Nem vem. Lascou o seguinte bilhete, com uma provocação e com a lista dela:

Na hora do jantar, encontrei o bilhete dela. O que ela também não quer comer e o que quer. Li, ri, mas estranhei.
- Gente, tá, mas o que é isso? Arroz adulterado?
- Aquele arroz lá da semana passada, mãe - disse o João - Aquele, que tem a fórmula tradicional adulterada.
- Adulterada?
- Mãe, arroz com verduras, arroz à grega - explicou a Luciana - eu gosto, pode fazer o adulterado pra mim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

puxa vida


Puxa vida. O Rubens de Falco morreu na semana passada. Não tenho certeza absoluta, mas eu acho que eu era fã do Rubens de Falco desde a Escrava Isaura. Tem uns atores que a gente não esquece, tem umas novelas que a gente não esquece, e ele e a Escrava Isaura eram uns desses. Não sei se isso se chama ser fã. Um dia, há uns cinco anos atrás, fui num jantar e lá estava ele. Igualzinho, mas mais velho. O bigodinho. Eu e ele na fila do bufê. Estremeci. Não falei nada, apenas fiquei ao lado dele, emocionada e observando o que ele pegava de comida pra eu pegar igual.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

queridos arquitetos





Foi ontem. Estávamos assistindo aqui em casa o famoso seriado "Caros Amigos" da Globo (eu quase nunca vejo tevê), com o CR na mão, quando o Zé percebeu.
- Lú! É a casa que eu fiz!
- Que Zé?
- A casa, a ca ca sa - ele gaguejava - a casa que eu projetei, a casa da do J. e da L. em Itanhangá, no Rio!
- O seu projeto na tevê? Nesse seriado mega famoso ai? Jura, Zé?
- É! Chiiico! Juuuca! Naaana! Olha! Cooorre!
Todos desceram.
- Olha! A casa que eu projetei, filmaram nela!
- Legal, pai.
- Legal, pai.
- Legal, pai.
Foi ai que ele começou. Não deixou mais ninguém assistir nada. Na-da. Não parava quieto, tipo pulga-na-cueca, numa alegria total.
- Olha ali, a lareira. O depósito de lenha, viu?
- O pilar, o pilar!
- Olha o detalhe do balanço da varandinha de trás. Viu? A viga ali? Reparou como ela acaba? Putis detalhe.
- Os vidros da sala, olha, viu que vidrão? E olha o jardim, viram o jardim?
- A escada! É ela mesmo! Ali, ali!
- Hahahaha, olha a bancada da cozinha! Olha o patiozinho do filho deles. Olha!
- O arremate Lu, presta atenção nesse arremate do caixilho com o pilar e... ah, mudou a cena, que saco.
- A garagem... viu o piso? Mosaico branco. Olha o portão como abre, Lú. Olhou?
- Nossa, mas que é isso? Isso não é o quarto do casal, que eles tão fazendo ai dormindo, esses dois? Isso é a sala de brinquedos! Tá errado. Que coisa.
- Que é isso? Forno de pizza? Quem colocou esse forno de pizza ai?
O Zé adora arquitetura, resumindo.
Bem, não entendemos um milímetro do seriado, mas sei que teremos que assistir todos os dias, afinal, é um projeto do Zé no seriado mega famoso e isso não podemos desprezar. E teremos todos aqui que entender todo o projeto, que, confesso ainda está bem confuso na cabeça da gente.
- Pai, sério, não estou entendendo nada - disse um dos meninos.
- É, eu sei. Esse monte de ator atrapalha.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

o mega blog desse tal de careca


Gente, achei um novo blogueiro misterioso mega engraçado. O que é que te faz se interessar por um blog ou pelas coisas que alguém escreve, assim, do nada? Para mim são os tipos de bobagem que a pessoa fala. Tem alguns tipos de bobeira que me estimulam a ficar mais bobona ainda, coisa que adoro. Isso aconteceu com esse Careca, fazer o que. Ele veio aqui uma, duas vezes, achei divertido e resolvi entrar no blog dele. Lá ele contava que na casa dele eles chamam o controle remoto da tevê de "CR". "Cadê o CR?", "pega ali o CR", assim por diante. Eu li e achei engraçado, e, naquele dia mesmo, a noite, lasquei na sala na hora que toda a minha família via tevê: "gente, me dá o CR?". Ou seja, eu imitei o Careca pois o Careca minfluenciou (sou muito influenciável, é um problema). Bem, desde então, aqui em casa, além do DL (chamamos doce de leite de DL), temos agora o CR, graças ao Careca.
Ele também, como eu, descobriu a influência do termo "mega" nos filhos da gente. Na casa dele as crianças usam o "mega" pra tudo, aqui idem, o Chico tem até uma camiseta: "Chico Mega Deus". Temos mais pontos em comum: ele tem posts sobre supermercados, como eu, ele tem amigos meio esquisitos, como eu, desenha as figuras dos posts, como eu, e, quando eu comentei lá pela primeira vez, ele me respondeu, desesperado na solidão bloguística: "volte! volte! volte!" Hahaha.
Legal o Careca, quem será o Careca? Será que ele é Careca mesmo? Sei lá, esses blogueiros misteriosos com codinome me deixam intrigada, o último que conheci - que achei, sonhadora, que morava no Pará ou em Estocolmo - morava a três quadras da minha casa. Vai ver que o Careca é o Seu. C., meu vizinho, que é meio careca. Ual. Não importa. Mega blog o do Careca. Mega novo amigo o Careca. Mega Franka resolve hoje fazer mega post para mega novo blogueiro.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

coisas de são paulo

Encontrei essa casa num passeio no centro. A casa número 29, se é que podemos chamar essa construção de casa (não tem nem entrada), está completamente torta. Inclinada. A pressão do prédio ao lado, claro. Coisa que muito acontece nessa vida com qualquer um. Oprimidos, nos inclinamos. Passei um tempão olhando essa foto quando eu descarreguei do telefone. Primeiro que ela ficou boa, o que é raríssimo tratando-se do meu telefone que só tira fotos horríveis. Depois, sei lá porque, achei que ela tinha tudo a ver com alguns momentos da minha vida. E me assustei. Olha onde você pode chegar, dona Franka, com a opressão. Pode ficar torta e sem porta.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

na calçada


Às vezes, mas só às vezes, penso que São Paulo é um cidade comum. Numa cidade brasileira comum as pessoas colocam cadeiras em calçadas para olhar o movimento. Pelo menos era assim em Duartina, cidade dos meus avós, cidade onde nasceu minha mãe e onde passava férias na infância. Final de tarde e todo mundo trazia as cadeirinhas pra calçada. Uma delícia olhar o movimento, diziam. Com a coisa das novelas as pessoas pararam um pouco, diziam os mais velhos. Mas na Pedroso, na semana passada, achei essa cena. Esses caras. Provavelmente estavam no boteco ao lado, numa mesa. Mas preferiram dispor as cadeiras em fila para todos olharem para a rua. Achei o máximo. Se eles viraram as cadeiras é porque acharam bom olhar a rua. Olhar São Paulo como se fosse uma cidade do interior. São Paulo assim vira uma cidade. Acho demais olhar a rua. Ver os carros, os pedestres, o por do sol. Lembro que isso é bem diferente de se sentar numa mesa de bar que se apropria da calçada.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

programa de primos


(todos os fãs tiravam uma foto como essa, ao lado do cartaz, e eu imitei)
(nota: repararam que eu tou em pé e o toninho deitado? engraçada essa foto)

Foi um programa de primos, combinado meses atrás com meu primo Francisco. Iríamos ao show do Toninho Horta aqui em São Paulo. Um dia, na casa dele, ele me mostra um disco do Toninho Horta e me fala que o cara é primo dele, e decidimos que, portando, era um pouco primo meu também. "Então vamos ao show juntos", ele decide. Foi sábado a tarde, no Centro Cultural da Caixa, na praça da Sé. Decidimos ir de ônibus até o Terminal Bandeira e a pé até lá, o que foi um verdadeiro exercício, pois o Francisco anda muito rápido. Chegamos na hora errada, uma hora antes, e local já estava lotado com uma turma imensa do Fã Clube do Clube da Esquina, uma gente organizadíssima, com camiseta e tudo. Nunca tinha visto um fã clube em ação, e, numa conversa com eles, soubemos particularidades das ações do grupo, como "o dia que corremos atrás do Beto Guedes", ou o dia que "enganamos o segurança e conseguimos autógrafos do Toninho no camarim". Mas como aquela não era nossa praia, resolvemos passear no centro por uma hora, tomar suco e ver pastores gritando e esmurrando bíblias. Voltamos um pouco antes do show e percebemos a burrada, pois a fila era enorme. Resolvemos não entrar na fila e assistir ao show da bancada lateral, mas o único problema é que teríamos que sentar de costas para ele, e vê-lo olhando para trás. Foi ali, no sofá da bancada, que percebemos que estávamos de frente para o camarim - e camarim é sempre um entra e sai. O Francisco encontra a Lena, a irmã do Toninho, flautista. "Vamos ficar de olho na porta", sugere o Francisco, "que eu te mostro o Toninho lá dentro". Foi quando notamos que o cara que abria a fechava a tal porta era o homem mais fino do mundo, pois ele (acredito que foi orientado para fazer isso) abria o mínimo e se esgueirava por uma fresta mínima, que não nos deixava ver nada.

(o homem mais fino do mundo entrando no camarim)


Depois de um tempo e de um temporal lá fora, tudo dá certo: entra o Toninho e começa o show. Uau, conseguimos, pensei, olhando de costas (foi o primeiro e o último show - espero - que assisto de costas). Não esperamos no final para falar com ele e eu ser apresentada como "prima", pois o fã clube tomou conta do espaço todo. Missão cumprida e caminho da roça pra voltar. Bacana o show do meu primo Toninho. Adorei, maravilhoso, fiquei orgulhosíssima de ser parente dele. Foi o primeiro que assisti.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

o tarado do bem casado

foto: M.J.
Ontem, depois de uma festa de aniversário. Era de noite, madrugadona, descemos o elevador, passamos pela portaria do prédio, abri minha bolsa para pegar a chave e do carro e dei um gritinho. Ai. Olha o que o Zé fez, gente. Olha a minha bolsa. Tá, ele adora bem casado. Mais que isso. Ele ama bem casado e é capaz de cometer qualquer crime para conseguir uns pacotinhos. Aliás, ele não considera crime, uma vez que se defende dizendo que os bem casados já vem embrulhados pra serem levados para casa, e não para serem comidos na hora (se fossem doces para comer na hora não estariam vestidos para passeio). Pega ladrão? Não. Vergonha é roubar e não carregar, ainda por cima na bolsa da mulher (lembro que hoje em dia as mulheres tem cada bolsão).

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

dimdom


A campainha quebrou. Demoramos pra descobrir que estava quebrada. Os primeiros sinais de caduquice ela deu no domingo. Sete da manhã e ela toca. Dimdom, dimdom, dimdom. Nossa, quem é a essa hora, fala o Zé. Dimdom, dimdom, dimdom. Quem é, perguntamos no interfone. Nada. Um silêncio. Deve ser um maluco, declarei. Se ele voltar, Zé, chamaremos a polícia (tudo agora eu quero chamar a polícia). A tarde ela disparou de vez, e como não parava, desconectamos tudo. Coloquei o papelzinho só ontem. Não funciona. Quebrada. E até comprarmos outra, aqui em casa não tem campainha. Não sei resolver e resolvi desencanar. Ou seja. Não adianta tocar. Quem toca uma campainha sem avisar hoje em dia? O entregador de água, de gás, o homem do Xô Limpeza. Amigos e conhecidos podem telefonar ao lerem o aviso. Fiquei na dúvida se colocava o meu telefone no papelzinho, mas imagine atender: quem é? O homem do gás. Não, a pessoa que se vire. Ou faz como o João faz quando chega da escola. Grita bem alto. Não tenho pressa para comprar outra, essas campainhas de filminho custam caro, mais que um aparelho de DVD (que quebrou aqui em casa também).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

assim que eu gosto


Olha, eu tentei tirar umas fotos de dentro do carro (tirei), tentei melhorar (melhorou), tentei montar (montei) mas ainda ficou a maior porcaria. Paciência, dizem que o que vale é a idéia, então vamos à ela. É que eu adoro nome de loja com o nome da coisa que a loja faz. E nesse lugar ai, avenida Pompéia, onde passei hoje a tarde, tem duas lojas com nomes adoráveis. Um deles é a "Ótica Visível", e o outro é a loja de colchões "Bom Sono". Vejam que nome sensacional para uma ótica esse, "visível". O melhor que já vi, vou começar a fazer óculos lá. E "bom sono" é super confortador para uma loja de colchões, pensem bem. Melhor que esses nomes só o nome de uma demolidora, que vi outro dia numa placa: "Demolidora Tremor". Estou pensando em mudar o nome do meu blog. Pensarei num a altura.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

enigma do carnaval


Meio tarde para falar mais uma vez do carnaval, mas teve mais uma coisa. Nessa viagem eu achei muito dinheiro. No chão, no mar, na areia. Notas e moedas, a coisa mais esquisita. Eu nunca fui sortuda (quando eu era pequena a minha mãe usava muito esse termo), nunca ganhei bingos ou rifas. Ou na loteria. Mas nesse carnaval, antes da baleia aparecer e depois do barraco da Ivete onde fui vaiada, achei dinheiro na praia quatro vezes. Não sei o que tudo isso junto significa: baleia + barraco + grana. Mas alguma coisa significa.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

franka de elite


Alguém aqui já foi vaiado por uma multidão?
Eu fui. Nesse carnaval.
Tava na praia. Tudo muito bom, areinha, marzinho, barquinho, comidinhas, solzinho. Tudo indo muito bem, tudo gostoso, até que eles apareceram. Os caras da Saveiro. Uma caminhonete meio velha, cheia de geladeiras de cerveja e atrás do carro, na caçamba, umas caixas de som enorme, com subwoofer e o caramba a quatro. Chegaram, estacionaram aquela traquitana no final da rua, com o bumbum virado pra praia e lascaram... ela. Aquela tal de Ivete Sangalo. Ô mulherzinha chata, ô musicas chatas. A altura do som era insuportável, e nossa casa estava a uns quinze metros dali. Ninguém conseguia falar, conversar, comer porque a Ivete tomava conta de tudo, berrando sem parar. Fomos pedir uma, duas, três vezes. "Podem abaixar um pouco? Tá atrapalhando". Os caras, uns fulanos bem barrigudos com diversas latinhas na mão, abaixavam, mas era só a gente virar as costas que a Ivete berrava de novo. Olha. Chegou uma hora, depois que o cedê tinha repetido umas vinte vezes que eu não aguentei. Fui até lá e tive um xilique. Um total e vergonhoso xilique. É errado dar xilique, mas quem disse que sou perfeita? Cheguei berrando. Berrando feito louca. "Tira essa música, por favor, é insuportááááááááááável! Chega, isso é muito chaaaaaaato! Não aguento maaaaaaaais!". Veio uma mulher, também com latinha na mão. "Veio pra praia pra quê? Qué silêncio vai pro hotelfazenda". Eu fiquei mais histérica. "Cheeeega! Que música chaaaaaaata, que insuportáááááááável!". Foi juntando gente e eu berrando, o cara dizendo que não ia baixar coisa nenhuma, eu berrando e a mulher me mandando protelfazenda, eu berrando mas, por mais que eu berrasse, a Ivete ganhava. "Vou chamar a polííííícia!". Olha, foi ai, nessa hora que aconteceu. A turma do cara da Saveiro, animados com a Ivete, começou a me vaiar. Úúúúúúúúúúú, eles começaram. E o povo da praia, e o povo da casa ao lado, e o povo do condomínio, todos engataram na vaia. Úúúúúúúúúúú. Eu gritando, a Ivete berrando, o povo me vaiando. Uma multidão, será possível que tanta gente tava gostando daquela música naquela altura? Que diabos era aquilo, carnaval tem lugar e hora, uma música (chata) não pode ocupar qualquer espaço. Que absurdo. Chamamos a polícia, que inacreditavelmente veio. Mais vaia, dessa vez pra todos nós, incluindo os dois guardas. Eles ficaram bravos, mandaram abaixar. "A senhora pode reclamar, mas a senhora toma cuidado para não chamar ninguém de bêbado, porque isso é ofensa e a senhora pode ter problemas", um deles me advertiu. Ganhamos a briga, a música foi abaixada, mas fiquei num estado deplorável. Dei um xilique e fui vaiada no meio da rua. Super baixaria, pensando bem. Tudo bem que era meu direito, mas dá licença. Explicar aquilo pros filhos, pros amigos dos filhos. Que vexame. O Juca sugeriu tirarmos uma foto com os guardas. Um deles fez até pose de tropa de elite. "A senhora pode colocar no orkut, se quiser", ele me disse. Franka vaiada na rua. Uau. Primeira vez na vida. Com direito a foto estilo tropa de elite. Cada uma.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

as frankas juntas, afinal



Voltei. E juro, não sei nem explicar esse fenômeno, mas na terça feira ela veio me ver. A baleia Franka, aquela que apareceu no Rio de Janeiro em agosto, que eu postei aqui. Estava na praia no fim da tarde, tentando ver o pôr do sol no meio das nuvens, quando olho para o mar e ela surge, fazendo a praia toda levantar e falar "óóóóóóóóó". Uma mega baleia, com barbatanona e rabão, ali, a poucos metros. Baleia da espécie Franka. Óbvio que era ela. E óbvio que ela veio me dar um alô. Afinal, como se fala no bigbrother, é uma questão de afinidade. Não consegui tirar fotos, pois fiquei pulando e berrando feito macaca: "ó eu aqui, Franka! Aqui! Eu!". O que será que isso significa? Bem, ao trabalho, chega de farra.