quinta-feira, 5 de junho de 2008

dentro da viola - (ou as aventuras das irmãs carvalho no festival da mantiqueira - 6)

Já que ela me empurrou pro Hatoum, resolvi empurrá-la pra a palestra do Prata, no dia seguinte. O Prata é meu amigo, falei com ele no festival e ele já me publicou diversas vezes, além de me dar a maior força no lado literário. Cara generoso, ele. Mas como eu não sou do tipo que fica pedindo favor pra amigo, peguei senha e entrei na fila pra assistir o Prata. Claro, tava na viola e coisa mais chata é gente que pede favor, eu acho. E com um pouco de esforço, o nosso gargarejo no Prata foi melhor que no Hatoum. Pra que pedir?
Conseguimos a primeira fila, gente.
Aliás, é bem mais legal ser público do que celebridade. Acontece mais coisa. Você percebe mais coisa. Pois gente, eu descobri uma coisa do Prata ali no gargarejo da primeira fila. Ó. Talvez ele fique bravo, mas vou contar.
O Prata tava de pijama em baixo da roupa.
E o Prata tava de chinelo na palestra.
Olha, pode parecer que eu tou criticando o Prata, o meu amigo. Mas na verdade tou elogiando o Prata. Ora. Qual o problema de acordar com frio e vestir a calça comprida em cima da roupa?
Nenhum.
Qual o problema se seu chinelo é mais quentinho que o sapato gelado?
Nenhum.
O Prata é um cara que se importa com o bem estar dele e o resto deixa-pra-lá. Olha que demais. Ele tava tão a vontade que foi de pijama e chinelo. E eu, tão a vontade igual, dédo ele.
E confesso: eu também não tomei banho no sábado porque tava o maior frio.
Putis coisa feia, dona Franka.
Acho que isso é bem pior que ir de pijama-em-baixo e chinelinho na palestra...

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