segunda-feira, 10 de março de 2008

e muito mais sobre a festa da minha irmã


Parte 3. Falta uma hora pra festa começar, mas chega um convidado com a filha. Um amigo da Ângela.
- Chegou cedo...!
- Cheguei. Não tem problema não, né?
- Não, imagina – responde minha irmã – quer me ajudar aqui na cozinha?
Nisso chega o P.. , o amigo músico dela, o da "manga" do post anterior.
- Posso te fazer uma pergunta, P.? – ela cochicha baixinho.
- Fala.
- Olha meu cabelo. Acha que eu lavo?
Ele olha para ela como se ela fosse um ET.
- Lavar? Agora? Pra que? A gente nunca sabe o resultado de uma lavagem de cabelo. Se você está se sentindo bem assim, não inventa moda. Pensa, é sua festa, e se o cabelo não fica bom?
O convidado, aquele que chegou antes, ouviu essa parte da conversa e ficou intrigado. Ela resolveu explicar, sem graça.
- É que eu não sei se lavo o cabelo ou não. Estava perguntando pra o P. o que ele acha.. bem, e o que você acha?
- Ah – ele falou, mais sem graça ainda – não, não é tão importante essa coisa de lavar o cabelo não...
A menina, filha dele, se indigna.
- Ah, pai, e eu tive que tomar banho pra vir aqui porque?
O músico foi mais longe.
- Depois pensa Ângela, festa suja muito o cabelo, deixa pra lavar depois.

Esse P. é demais. Sou fanzona dele.

Parte 4. Ela me chama no dia seguinte para ver as fotos. Colocamos no slide do computador e sentamos na frente da máquina.
- Quem tirou as fotos? – perguntei.
- Uma amiga minha – ela explica.
A amiga era uma fotógrafa interessantíssima. Como ela fazia aquilo? Às vezes ele era enorme e via a festa voando, as vezes um anão, que via tudo de baixo. Nas fotos onde ela era gigante, descobrimos as carecas de todos os convidados. Nas fotos de baixo, as barrigas, coxas e papos. Um ótica interessantíssima de ver aos amigos, minha irmã entendeu (a Angela é sempre muito bem humorada e positiva). Além das fotos do gigante e do anão, existiam as fotos do míope. Quando ela virava míope, clicava num cantinho de um rosto da pessoa, dava para ver as espinhas e poros. Ótimo pra saber se precisamos de tratamento de pele, ela conclui. E no meio dessas fotos (onde fomos todos clicados, eu, ela, os amigos), existiam diversas fotos ótimas, de umas pessoas em close.
- Essa foto é boa. Quem é essa mulher tão magra, Ângela?
- Não tenho a menor idéia.
- E esse cara com essa franja?
- Nossa, quem será? Bonitão, né? E olha, tinha até uma japonesa, quem será? Uau,essa daí deve ter feito peeling.
- Por que essas fotos estão boas, Ângela? As desses desconhecidos?
- Não sei. Essa fotógrafa... é impressionante, né? Melhor aceitarmos como uma coisa indiscutível, Lúcia, sem questionar. Deve ter um porque, uma hora a gente descobre.

Parte 5. Um amigo nosso estava muito queimado de sol. Aqui em casa, quando alguém se queima muito a gente chama a pessoa de “homem magenta”. Homens magentas são aquela espécime de humanos que já são bronzeados, não passam filtro e ficam da cor magenta. Ele tava muuuito magenta. Devia estar ardendo.
- Tive medo de abraçar – eu disse para a Ângela – ele podia gritar de dor.
- Ele foi chamado na cozinha, numa hora, quando precisaram de pimenta – ela me contou – ele ficou super bravo com a piadinha.
Nas fotos ele é sempre o centro, com sua cor de tomate.
- Parece pintado no fotoshope – ela repara.
Meu sobrinho brinca de encontrar o vermelhudo nas fotos.
- Aqui, mãe! Aqui, tia! Olha ele ali, olha!

Parte 6.
- Tudo presente? Nossa, você ganhou um monte de coisas, Ângela.
- Creme e vinho. Tudo creme e vinho. Olha, creme, creme, vinho, creme, vinho, vinho, creme. Mulher da nossa idade só ganha isso. Creme, vinho. Vou virar uma bêbada de pele linda.

Parte 7.
- Lembra quando a gente era menina, Lucia, eu e você, e a gente tinha uns acessos de riso?
- Lembro.
- Daí a gente não conseguia parar, e a mamãe dizia “pára com isso, quem ri muito acaba chorando”. Eu já ri tanto hoje, mas tanto que estou achando que daqui a pouco vou chorar.


Hahaha.

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