terça-feira, 27 de novembro de 2007

pequenas observações sobre mulheres

Estávamos no supermercado, eu e elas, e Drake, comprando cervejas para tomar em casa no final de semana. Eu nem levei bolsa, portanto na hora de pagar me fiz de morta. A Drake se adiantou, remexeu na bolsa dela, tirou a carteira, abriu em cima da esteira do super, pegou um cartão e deu pra mulher.
- Débito ou crédito?
Detesto essa pergunta, quantas milhões de vezes a gente tem que responder isso na vida? Mas débitos e créditos não vem ao caso, a observação é outra. A questão é que a Drake abriu a carteira, entregou o cartão respondendo sei-lá-o-quê pra caixa e deixou a carteira dela lá na esteirinha toda abertona.
- Olha a carteira da Drake, Franka - disse a Bê.
- Nossa. Drake, fecha essa carteira, vai.
- Como assim?
Eu e a Bê vimos uma coisa que ela não estava reparando. A Bê falou sério com ela.
- Drake, não pode deixar a carteira assim, aberta, escancarada, em público.
- Não pode? Que teoria é essa?
- Claro que não pode, a Bê tem razão, Drake - eu me adiantei - é meio feio sim.
- Feio? - ela riu.
- Sei lá - disse a Bê - mulheres em geral não deixam as carteiras abertas, soltas assim. Mulheres abrem a carteira um pouquinho, discretamente, pegam o cartão ou o dinheiro e imediatamente fecham. Esquisito deixar assim, aberta. Super indecente. Fechaí, Drake.
A Drake não mexeu na carteira. Franziu a testa e ficou parada, pensando no assunto. Ficamos todas olhando para a carteira enquanto a mulher do caixa manipulava o cartão. Totalmente de pernas abertas em público, com todas as entranhas à mostra: cartões de banco, cartões de visita, caneta, talão, papelzinhos.
- Ah. Exagero. Não é feio deixar assim, gente - ela avaliou - por que seria feio mostrar a parte de dentro da carteira?
- Não sei - eu disse.
- Também não sei bem - disse a Bê - mas a minha eu sempre fecho.
Mas Drake faz só o que quer. Não mexeu nela até a moça devolver o cartão, enquanto eu e a Bê olhavamos tensas e aflitas para aquilo.
- Nossa, como ela é corajosa - conclui, cochichando para a Bê - um dia será que vamos conseguir fazer o mesmo?

Nenhum comentário: