Acabei de chegar de uma reunião. Para quem não sabe, sou arquiteta. Atualmente não faço projetos e sim gerenciamento de obras, tem um monte que eu cuido. É um trabalho meio administrativo e pouco criativo, mas foi o que surgiu um dia na minha vida, foi conveniente por causa de um monte de motivos e acabei me enfiando nele de corpo e alma. O bom é que eu tenho que escrever bastante, coisa que eu gosto.
Mas mesmo assim eu tenho que participar de um monte de reuniões de projetos. E hoje em dia, falando sério, tem muito mais equipamentos e tecnologias nas obras do que paredes e tijolos. É o mundo virtual se sobrepondo ao mundo real também nas casas, prédios e escritórios. Assim, somos obrigados a conviver com termos que não usávamos anteriormente em reuniões, textos e telefonemas.
Hoje, na tal reunião, discutíamos os aparelhos de som, áudio e vídeo de uma casa. A arquiteta ia desenhar os móveis e um engenheiro explicava como os aparelhos iam funcionar e quais as dimensões de cada um. E dá-lhe termos em inglês e palavras esquisitas. "Qual desses é o súbuüfêr?", alguém perguntou. Percebi então que a reunião inteira começou a falar essa palavra: súbuüfer, súbuüfêr, súbuüfêr, um repetindo o outro. Ficou aquele murmúrio pela sala, súbuüfêr pra cá, súbuuuüfer pra lá. Achei engraçado e entendi uma coisa. É que tem palavras no mundo que são uma delícia de falar. Súbuüfêr é uma delas. Sai facinho da boca e murmura super bem, além de proporcionar um excelente ar de tranquilidade na conversa, pensa bem. Interrompi e comentei isso, e imediatamente todos passaram a repetir a palavra feito um mantra e rindo: "súbuüfêr...". Olhei para todo mundo e perguntei se alguém tinha súbuüfer em casa. Sério, das cinco pessoas presentes, ninguém tinha. "Além de ter palavra boa, é coisa chique", comentou o engenheiro.
Gente, um dia eu quero ter um. Apenas para chegar em casa, olhar para ele e falar: oi, súbuüfêr...
* subwoofer
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