sábado, 24 de junho de 2006

uma experiência única



Acabamos de voltar de um jantar num restaurante japonês. Fomos eu, o Zé, um dos meus filhos e um amigo. Quando sentamos à mesa, o garçon avisou que tínhamos duas opções : ou rodízio ou “à la carte”.
Olhei para o Zé e respondi.
- Rodízio, né, Zé?
- Óbvio - ele respondeu, rindo.
Podem achar brega, mas sou da época do sensacional Grupo Sérgio, o primeiro rodízio de pizzas de São Paulo. A idéia de comer até não agüentar mais e não pagar mais por isso era o máximo, e a propaganda pegou tanto em mim que até hoje eu adoro tudo que é rodízio.
Como eu gosto muito de comida japonesa, apesar da feíúra que é a idéia de comer muito (ser um homem draga, como diz meu filho), salivei com a idéia do rodízio. Eu poderia comer, além dos peixes, tempurás, shimejis, yaquisoba. O garçon avisou que a única coisa regulada era o sashimi, que vinha numa única porção por pessoa. O resto era tudo liberado, poderíamos pedir quanto quiséssemos. Os pratos deveriam ser pedidos para ele, já os sushis viriam à mesa sem pedir, trazidos pelos garçons de uniforme preto, ele explicou, apontando.
Entendemos. Perfeito. Vi que a coisa funcionava bem, numa grande fartura.
Começamos a comer, estava ótimo. Foi quando começaram a aparecer uns sushis esquisitos. Não vinham os tradicionais, de peixinho com arroz. Eram uns sushis mordernosos, coloridos, tipo uns califórnias incrementados, verdes, amarelos, pretos, xadreses, com uns rococós em cima. Coisa mais estranha a massaroca cultural que virou a culinária japonesa em grande escala, gente. Sushi de salmão frito com queijo e maionese. Sushi de atum com pimenta. Sushi de salmão empanado com cebolas. Estranho. Cadê os sushis de... sushi?
Não tinham mesmo, e tivemos que nos contentar com as esquisitices. E o ápice do sushi-bizarro, que valeu até a foto acima, foi esse:
- Sushi hot goiaba – disse a garçonete.
Sim, pasmem. Sushi de salmão frito com queijo minas e recheio de goiabada mole.
O Zé olhou a mulher com a maior cara de pau, fez um sinal afirmativo e aceitou.
- Super bom – declarou, rindo.
Disse que foi uma experiência única. Provavelmente como ir ao Grupo Sérgio nos anos setenta.

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