Estávamos eu e o João, meu filho menor, assistindo TV, quando começou uma reportagem sobre uma passeata num bairro de São Paulo. Não me lembro se o protesto era contra a violência, ou para aumentar os salários ou por alguma questão política. Só sei que no meio da multidão via-se um faixa onde se lia: "que justiça seja feita".
- Mãe.
- Oi João.
- Tá vendo a faixa ali?
- Tou.
- Olha que velha. Suja, usada.
- A faixa? É mesmo, tá capengona.
- É um tipo de faixa que se usa muito, mãe, deve ser por causa disso. Serve para muita coisa uma faixa dessa, não acha?
- Hã?
- Verdade, pensa bem, mãe. "Que justiça seja feita" serve para todos os tipos de passeata. Passeata é sempre a favor da justiça. Por isso que a faixa tá velha. Deve ter anos e anos. Uma faixa-avó.
Eu ri muito depois que ele fez esse comentário, mas justiça seja feita, ele tem razão. Fiquei imaginando os organizadores da passeata, um pouco antes da concentração:
- Tudo pronto?
- Tudo.
- Pegou a faixa da justiça?
- Peguei. Está meio puída, mas ainda dá para o gasto. Vambóra.
Engraçado.
E hoje tem crônica na paradoXo: Mulheres e mictórios
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