quarta-feira, 14 de junho de 2006

eu gosto é do Cafu



Desde a copa passada que eu gosto é do Cafu.
Por que?
Porque ele é mais velho, porque é capitão, porque corre pra burro, porque é animado e, atualmente, talvez até porque é um pouquinho criminoso e pode ser até ser preso. Mas o "porquê" maior é outro.
Disse que não ia assistir ao jogo ontem, mas assisti. Aliás, foi pior. Na hora do almoço começei a me achar ridícula e fora do clima. Assim, saí de uma reunião, fui num camelô naquele inferno chamado "Teodoro Sampaio", comprei um monte de camisas do Brasil e bandeiras e resolvi torcer. Das camisetas falsificadas que comprei, de um monte de jogadores, tive que ficar com a do Ronaldo Fenômeno, pois ninguém aqui em casa quis.
Quem diria.
- Eu, hein. E ainda é camiseta de gordo – falou uma amiga da minha filha.
Bem, camiseta de camelô nunca é de gordo, eles usam o mínimo de tecido, todas são super apertadinhas. Dane-se, vesti eu, assisti ao jogo e vi meu Cafu com uma camisa nove.
O motivo de eu gostar dele vem de quatro anos atrás, quando ele fez uma coisa sensacional quando ganhamos a copa passada. Na época eu até escrevi um texto a respeito e mandei para todas as minhas amigas mulheres. O e-mail eu perdi, mas achei um rascunho, que coloco aqui.
E viva o Cafu.

“Falamos muito de copa do mundo e do penta nesses últimos dias. Mas acho que nós, mulheres deste Brasil, temos que prestar atenção em outra coisa: na Regina.
Da Regina do Cafu.
Porque gente, reparem só: naquela hora mais importante de todas, naquela que o capitão do time levantou a taça, que todos os brasileiros e todas as pessoas do mundo estavam nos olhando, bem nessa hora o nosso Cafu gritou:
- Eu te aaamo, Regiiinaaa!
Eu fiquei estatelada.
Hã? Regina? Re-gi-na? Eu quase cai para trás. Caramba, Regina? Quem seria essa Regina, que apareceu bem naquele momento estapafúrdio?
“É a mulher dele”, falou o Zé, meu marido. “Regina é o nome da mulher dele”.
Mulher dele?
Nossa.
Me respondam se isso não é uma imensa e esplêndida ode ao amor. Naquele momento, na hora mais importante e mais emocionante para o Brasil todo, o Cafu vem, aproveita a deixa e se declara para... a Regina? Já pensou o que significa isso? É ou não é a maior declaração que uma mulher pode receber de um homem? Existe amor mesmo, eu pensei naquele momento. E que mulher nesse mundo não queria ser essa Regina, essa amada e adorada e gritada Regina? E será que não ganhamos a copa por causa dela? Da Regina? Quer dizer, importa o futebol, claro, importa ganhar, claro, importa a nossa paixão pela copa, claro, mas no fim, na hora agá, importa que ele ama de paixão a Regina!
Eu não conseguia nem falar, de tão maluco que achei aquilo.
Que Cinderela que nada, isso já foi, é coisa do passado. Tenho certeza que depois de hoje, o sonho de toda mulher deste Brasil é ser uma... Regina.
E, cara Regina, todas nós, as brasileiras, também te amamos.
Um beijo grande,
lúcia (que também quer ser regina)”

Mandei esse e-mail para as minhas amigas. E logo em seguida começou a avalanche. Uma avalanche enorme de emails de Reginas e de mulheres querendo ser Reginas.
Era Beatriz Regina, Silvia Regina, Luciana Regina, Tais Regina, Denise Regina, Fátima Regina, Maria Regina, todas nos queredom ser reginas.
Foi super engraçado.
E uma delas me mandou o seguinte e-mail:
"Eu vi a Regina, e sabe o que? Bicho, ela não é a Gisele Bünchen, nem a Marilyn Monroe, nem a Malu Mader, nem a Xuxa, nem a Bruna Lombardi. Nem deu pra ver se é magra ou média. É apenas uma mulher, nem bonita ela é. É comum, loira pintada, de cabelo liso, cara norma, nariz normal, não pousou na Playboy, não é intelectual, nem professora doutora, é apenas uma mulher cujo marido a ama. E acho que deve amar pra cacete. Senão não se comprometia... tanto!
ass. Uma Mulher Não Regina”
Tá vendo?
E viva o Cafu.

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