Hoje de manhã eu fui andar no parque Vila Lobos. Radinho de pilha do ouvido (o meu iPod é pesado demais, infelizmente, e me atrapalha) e tenis velho, direto pela trilha que eu sempre faço. Essa coisa da repetição é super confortante principalmente quando você está com muito sono.
Mas eu queria falar de uma coisa que aconteceu enquanto andava. Eu estava toda empolgada com meus pensamentos, teorias, roteiros, personagens e textos, quando passam por mim três mulheres.
Correndo.
Um, dois, um dois, um, dois.
As três bem da minha idade.
Malhadas, correndo, animadérrimas.
As três com o maior corpão.
Ai.
Eu encolhi no mesmo instante. Não estava correndo, não sou malhada e nem tenho aqueles corpões, apesar de ser uma pessoa animada - o que não me confortou em nada naquele momento.
Foi quando me veio uma frase na cabeça.
- Ah, ora. Não dá pra fazer literatura todo dia e ter um corpão. São duas coisas completamente incompatíveis.
Mas será que eu estou certa? Será que são mesmo? Será que não é possível desenvolver as duas coisas ao mesmo tempo, o corpo e a mente? Aparentemente, pelas regras do nosso mundo eu faço muito pouco pelo meu corpo, mas na minha escala de valores e distribuição de tempo diária, a idéia de ter um "corpão" está lá no fim da minha listinha. Na verdade, a idéia de "saúde" para mim está mais ligada à uma alimentação normal e (hahaha) muitas horas de sono do que na tal "malhação". Gente que dorme bem, muito bem, tem cara descansada e é mais saudável, diz minha mente para meu corpo.
Bom. Um pouco verdade é, e eu adoro dormir.
Passei o resto do passeio tentando me lembrar de alguma escritora ou de algum escritor que tivesse um "corpão". Como não me lembrei de nenhum, resolvi esquecer as três mulheres e dormir muito bem. E vou deixar a idéia de ter um corpão para o dia que parar de mexer com as letras.
Na paradoXo: a balança e o sonho de valsa
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