Na viagem que fizemos pra NY no final do ano passado, alugamos um carro para viajar para outras cidades. Como íamos sair num dia de manhã cedo, pegamos o carro um dia antes, no fim da tarde. Bem no fim da tarde.
- É muito caro estacionamento aqui nessa cidade - comentou o Zé - temos que ficar o mínimo possível com carro aqui para pagar o mínimo de estacionamento.
- Quanto que é, pai? - um dos filhos perguntou.
- Não sei bem. Mas sei que tem lugares que cobram até 20 dólares se passa de uma hora. Uma fortuna. Todo mundo sabe - O Zé comentou.
- Nossa... - me espantei - que fortuna! Tem lugares em São Paulo que cobram 15 reais por hora e eu já acho um absurdo...
No dia que ficamos por lá, conseguimos achar um lugar meio escondido com uma taxa por noite cara, mas razoável. E nos mandamos rapidinho com o carro no dia seguinte bem cedo, felizes de termos conseguido não pagar muito. Entramos no carro com filhos e malas.
- Sabe o que eu acho, gente? - falou o João.
- Que filho? - perguntei.
- Que a gente devia comprar uma vaga aqui.
- Como assim comprar uma vaga de estacionamento, João? Porque? A gente não mora aqui, menino.
- Comprar tipo um... investimento - ele conjeturou - porque pensa, mãe. Vamos supor que duas horas custem 20 dólares. Faz a conta! Uma vaga de estacionamento lucra mais de sete mil dólares por mês, mãe!
- Hã?
- Sete mil dólares por uma vaguinha, mãe! Um lugarzinho de nada. Putis, claro! A nossa família devia fazer isso: vender nossos carros, pegar nossas economias, comprar 1 vaga em NY e alugar. Uma só! Deve ser o melhor investimento do mundo ter uma vaga em NY. O que se gasta de manutenção em uma vaga de estacionamento? Água para lavar o chão, sabão, vassoura e tinta pra pintar as linhas, ou seja, quase nada!
- Uma... vaga em NY, João?
- Um investimento de família, mãe. E depois a gente até podia se gabar de ter um imóvel aqui.
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