Meu cabelo é muito escorrido. Nunca tive muita opção de penteados - ou solto, ou preso. Outro dia a cabelereira me deu a idéia de colocar uns bobes. Nunca coloquei bobes na vida, não sabia como e nem onde fazer, mas na hora, de vergonha, concordei com ela e fiquei caladinha.
- Uns bobes.
- Bobes? Pra que isso, Franka?
- Trouxe para vocês colocarem pra mim. Eu não sei instalar bobes no cabelo.
As três me olharam pasmas.
- Mas a gente também não sabe colocar bobs!
Ufa, ainda bem que não era só eu que não sabia. Mas, pôxa. Insisti, insisti, elas concordaram, e, no café da manhã, as três se reuniram ao redor da minha cabeça, pilotadas pela Bê, e começaram o... procedimento. Acabaram, me olharam.
- Nossa, você tá a cara da princesa Léa. Vamos tirar uma foto.
A Fran me emprestou um casaquinho esportivo dela que tinha a cor dos bobs, para combinar. Acho que tavam era tirando sarro de mim, mas tudo bem, topei tirar a foto à la Star Wars.
Clic.
O que eu não imaginava é que aquilo meio que dói na cabeça. E que meio que despenca com o tempo. E isso foi tudo no dia de voltar, quando eu ia pegar um carro na estrada com vento. Resolvi colocar um lenço pra segurar os bobes.
Entrei na fase 2 do bobes. Aquela hora que você não quer que ninguém veja que você está de bobes. Aliás, bobes é um negócio pra mulher que não precisa sair de casa, porque não tem nada mais estranho , disforme e demorado do que colocar bobes. Em tempos de internet, como ninguém inventou até hoje um bobe-eletrônico?
- Nossa, tá super estranho o formato da sua cabeça, um sacão atrás... - elas comentaram, rindo.
Continuamos a viagem, até que uma hora eu tive um piti. Não aguentava mais aqueles bobes me pinicando, incomodando, não me deixando dormir. Fazia horas que estava com aquilo. Resolvi tirar, pedi ajuda para a Bê, morrendo de medo do cabelo estar totalmente embaralhado e de eu ter que cortar semi careca. Mas ela foi hábil, tirou rapidamente, ajeitou. A Bê é uma grande cabelereira.
Olha como ficou. Hummm, digamos que semi-encaracolado. Elas acharam que eu rejuvenesci, sei lá. Falaram que eu parecia estar num anúncio de shampoo. Não tinha espelho, tiramos fotos, cada uma mais ridícula que a outra.
- Franka, o Zé não vai a-cre-di-tar quando você chegar em casa - elas comentaram, animadas - está o máximo, não é porque foi a gente que fez, está legal mesmo.
Cheguei, entrei em casa correndo, mostrei pro Zé. Perguntei "que-tal?".
- Que tal o que?
- O meu cabelo, Zé.
- Tá todo descabelado. Tem que pentear.
Olhei no espelho. Tinha caído tudo, nenhum cacho. Verdade. Foram 5 horas de bobes que duraram meia hora de cachos. Ô coisa. Tristeza. Mas não vou desistir. Da próxima vez, vou usar lakê. E postar aqui, claro.
Aliás, um blogueiro amigo me mandou o seguinte link do Estadão: "Em vez de chapinha, verão pede laquê e cabelo armado". Uau, tou mega na moda... E na reportagem, olhem o que está escrito: "A dica é fazer uma escova em casa e enrolar o cabelo com rolos grandes." Ou seja, bobes!
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