sexta-feira, 13 de novembro de 2009

banheiro de festa


- Lúcia, vai ter a festa da nossa amiga esse fim de semana. Você vai? - perguntou a Ângela, minha irmã.
- Acho que sim - respondi.
- Ela quer que eu ajude a produzir a festa dela. Vou fazer isso. Ah, e ela disse que a sua festa não teve uma produção correta. Disse que você errou no banheiro.
- Hã? Eu errei no... banheiro, Ângela? Como? Porque? Tinha papel, toalhinha e...
- Não é isso. Segundo ela, teu banheiro, o lavabo lá da sua casa, era muito caprichado, tinha velinhas, luz fraquinha e tal. Ela acha que foi por isso que tinha muita fila.
- Hã? Fila? Que tem a ver a fila com o capricho?
- A teoria dela é que banheiro de festa tem que ser vapt-vupt. Banheiro de festa não pode propiciar nada.
- Propiciar?
- Foi exatamente a palavra que ela usou, Lúcia: propiciar. A pessoa tem que entrar e sair dali rapidinho. Não pode ter clima em lavabo de festa, senão a pessoa se demora por lá. O clima fica propiciando.
- E tem que ser como, Ângela?
- Ela acha que lavabo de festa tem que ter um clima tenso. Essa é a teoria dela. Uma luz fria piscando sem parar, um barulho de vazamento que parece que vai explodir a privada para os ares, um ventiladorzinho super alto, essas coisas. Pra pessoa querer fugir dali, e logo. Ou até uma porta que não fecha, pra pessoa ter que ficar segurando enquanto usa o banheiro. Sabe como é horrível porta que não fecha. É isso. Um clima tenso, entende? Um clima tenso em banheiro não propicia. E vaga logo.
- E fica sem fila?
- Fica sem fila.

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