terça-feira, 2 de setembro de 2008

quem peidou no elevador?



Aqui no prédio do trabalho temos três elevadores, dois sociais e um de serviço. Acho super engraçado esse lance de elevador social. Quem será que deu esse nome? Social? Porque um elevador tem que ser um lugar chique? E se eles tem que ser chiques, porque não são chiques? Olha, tava pensando. A gente pode ser tanta coisa na vida... Eu podia ser dona de uma lavanderia, podia ter uma loja de pedras, ou... ora, eu bem que podia ter uma empresa de decoração e ambientação de elevadores. Coisa de altíssimo padrão de qualidade, gente. Elevador mega blaster luxo france, mega luxo las vegas, social completo, social hippie, social relax. Porque não? Assim como existem designers de carro, de roupas, de tênis, de móveis, eu bem que podia ser uma arquiteta de elevadores. Putis, eu ia inventar uns modelos estrambóticos e coloridos, inovações como elevadores com banquinhos ou sofás, elevadores todos de couro, elevadores psicodélicos com luzes, elevador neon (promoção), elevador estofadinho (híbrido socia l& serviço), elevador ecológico. Olha a idéia, nossa... Bem, idéia é que não falta. Tomara que muitos empresários chiquésimos leiam o "frankamente..." e me procurem.
Bom, eu tava falando aqui do prédio. Outro dia entrei no elevador social com um cara de manhã. Olhei e reparei nele escondida. Chave na mão, pastinha, cheiro de colônia. Hummm. Condômino, psiquiatra. Os pacientes não tem chave, óbvio. Sou boa em personagens.
Bom, eu e ele calados, super sem graça como sempre, sem se olhar e tal, quando o cara se aproxima do painel de andares e... "clic". Juro, gente, ele apertou um dos botões como se ele fosse um... ascensorista. Assustei. De repente o ventilador ligou e começou a maior ventania. Acho que eu pulei pra trás e ele reparou, porque me olhou e imediatamente explicou:
- Calor aqui. Ufaaa.
Nesse mesmo dia peguei o elevador com a M. para tomar café no Café Freud.
- M., olha - e... "clic", liguei o ventilador.
- Ai!
- Ventilador, M. Eu tava aqui de manhã e veio um cara e ligou.
- Como é? O cara tava sozinho com você e ligou o ventilador, assim, do nada?
- Ué, ligou. Ele falou que tava com calor.
- Calor? Hahaha.
- É. Era um cara íntimo de elevador, ligou assim como se fosse a sala casa dele, M., você precisa ver que...
Ela me interrompeu.
- E você acreditou, Lúcia?
- Se eu o que? Acreditei?
- Lúcia, vai ver que ele peidou.
- M., ... peidou?
- Tá na cara - ela disse, decidida, suspirando, sabida - Ora, pra que alguém liga um ventilador no elevador? E nossa, que prédio bom esse nosso. Tem até ventilador anti-peido no elevador.

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