quinta-feira, 24 de julho de 2008

será que faço isso?


Ontem, ao descer para o café Freud, dei de cara com o gerente do nosso prédio. Aqui ele não é chamado de "concierge", como na crônica que escrevi para a revista Morar, mas pelas características dele, pelo fato dele ter uma sala própria e pela postura dele dentro do condomínio, não tenho dúvidas de que ele é um deles. Um legítimo "concierge". E dos bons. Só falta o apelido em inglês, francês, alemão ou italiano, que é fácil de dar, uma vez que estou cada vez mais popular por aqui.
Ora, até quando eu devo esconder que já falei da sua profissão na revista? E porque eu, a blogueira Franka, tenho que manter a minha identidade em segredo dentro desse prédio? Afinal, porque não ter orgulho de ser blogueira? No sábado estávamos conversando, eu, minha irmã Ângela, minha mãe e o filho da Ângela, o Luiz. Surgiu uma conversa sobre profissões, minha mãe passou a sabatinar o neto.
- Luizinho, seu pai é o quê? Você sabe?
- Arquiteto.
- E sua mãe, é o que?
- Professora - ele disse.
- E a sua tia Lúcia?
- Blogueira, ué.
Nunca tive tanto orgulho do meu sobrinho. Foi a primeira pessoa na minha vida que notou ser blogueiro, é sim, uma grande profissão.
Assim, convicta que sou blogueira e que isso é digno de nota alta, que tive uma idéia terrorista. E se eu enviasse, em segredo, a matéria da revista para o gerente-concierge? Hein? Putis, eu adoro uma molecagem. Achei a imagem escaneada da matéria na revista Morar de março e imprimi. Coloquei num envelope, e hoje, daqui a pouco, quando descer para o café, ahá, estou pensando em colocar embaixo da porta da sala dele. Do nosso concierge.
Mas confesso que estou aqui na dúvida. Devo fazer isso? Não devo? Será que ele vai descobrir quem eu sou? Acredito que sim, uma vez que ele tem acesso à lista de fofocas do google do prédio onde me inscrevi com meu nome verdadeiro. Mas será que ficará bravo com a crônica? Estou aqui sonhando com as consequências desse meu criminoso ato. Ora, eu também posso me dar bem. Será que a matéria vai parar no painel de avisos do prédio? Ficará um diz-que-diz nos corredores, "vocês viram o que a moça nova escreveu?". Quando eu entrar no elevador, me perguntarão, "ei, você é você?". Nossa, tenho que avaliar muito se essa fama me será conveniente ou se devo me manter em segredo. Afinal, é um ato sem volta.
O que vocês acham?

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