segunda-feira, 7 de julho de 2008

contos de fadas


A gente, em viagens, tem que ter meta. Eu adoro meta de viagem. Chegar em tal lugar. Ir visitar tal coisa. Encontrar tal pessoa. Participar de tal evento. Na viagem de ida para Itamambuca, fiquei pensando quem era a pessoa mais importante da Flip. E eu resolvi colocar uma meta pra mim: encontrar o Príncipe. Aquele, nosso, de Orleons e Bragança, dos Dom Pedros.
Hahaha. Meta mais absurda, mas foi o que me deu vontade.
Mas cadê o cara? Não encontrava de modo algum e começei a achar minha meta impossível. Todo mundo que eu conheço ia, em alguma hora da Flip, encontrar com o tal do Príncipe. "Vou numa festa que ele vai estar", dizia um. "Vou num almoço na casa dele", falou outro amigo. "Ele estará na recepção que eu vou", falou mais outro. Até minhas amigas encontraram com ele quando não estavam comigo. Puxa. Todo mundo conhecendo esse príncipe e eu ali, de fora, não sabendo nem por onde começar. Sei que não é fácil encontrar um príncipe. Sapo é mais bico. Estava quase desistindo de encontrar a realeza quando aconteceu uma coisa.
O Fernando, meu amigo, recebeu um telefonema. Tinha chegado em Parati uma Condessa, e ele ficou incumbido de ciceroná-la no dia seguinte. Uma condessa italiana de verdade. Daquelas da alta nobreza européia. Das poucas que ainda existem. Juro. E ela queria dar uma passeio de barco, a Condessa.
- Fernando, acha que ela é mais importante que o príncipe?
- Ô. Muito mais. E Lúcia, socorro, ela quer andar de barco. Eu e ela num barco? Não entendo nada de mar.
- Chame a Fran. Ela é velejadora. Ela entende tudo de mar.
E foi assim. Olha que coisa. Combinamos da Fran levar a Condessa para conhecer o mar de Parati, e, de quebra, a gente ia de carona, com direito a almoço num putis restaurante numa ilha, na melhor mesa do lugar. Não entendi porque o príncipe abriu mão desse passeio, coitado dele sofrendo naquele monte de recepção, almoço e jantar enquanto a gente passeava de barco. Passamos o dia com ela, uma senhora simpática e divertida, que tem uma fundação que recebe escritores na sua casa, em Florença. A Flip é muito chique, gente. E acho que cumpri a minha meta. Estou me sentindo a maior nobre. Hahaha. Condessa Franka. Baronesa Franka. Duquesa Franka. Marquesa Franka. Princesa Franka. E conhecer o príncipe é uma questão de tempo. Putis literatura.

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