Agora instaladíssima no escritório novo. Depois de uma longa espera com mesas de plástico e caixas no chão, agora tenho tudo que se precisa ter num escritório e eu venho para cá de manhã. Antes eu apenas descia uma escada e entrava na minha salinha, agora tenho que pegar o carro, atravessar ruas e avenidas, parar o carro, entrar num elevador. É bom sair de casa, mas confesso que depois de dez anos estou estranhando pra burro. Há dez anos eu não encontro tanta gente pela manhã, nunca notei que falava tão poucos "bom dias". A M., que agora trabalha ao meu lado, trouxe um monte de vasos de plantas de folhas gordas. Segundo ela, são plantas de escritório. Ela também trouxe um relógio de passarinhos, e, de meia em meia hora, um deles canta aqui na nossa sala. Aliás, ela montou tudo por aqui: temos potes para bolachas, temos xícaras de chá e café, temos coisas para limpeza. Comentei com ela que meu laptop esquentava a mesa nova e que poderia estragá-la, e ela me mandou colocar um jogo americano embaixo dele. "Temos jogo americano?", perguntei. "Temos, claro", ela respondeu, feliz. Ficou esquisito, parece que eu vou almoçar o computador. Ou melhor. Parece que digito num George Foreman Grill.
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