quinta-feira, 29 de maio de 2008

irma e hermana carvalho na festa no céu


Quando eu era pequena, me lembro da minha mãe contar a história da Festa no Céu. Era a história engraçada sobre uma festança nas nuvens, onde obviamente que só deveriam ir os animais que voavam. Na história aparece um sapo malandrão que encasqueta de ir também, e, pelo que me lembro, ele bola um plano secreto onde resolve entrar dentro da viola de um dos músicos-urubus para chegar lá. Eu acho que ele fez certo, esse sapo malandro, porque os organizadores da festa, na historinha, ficavam se exibindo muuuito para os animais-sem-asas, dizendo que a festa ia ser bárbara, que ia ter de tudo, etc. O sapo, claro, vai ficando com a maior vontade de ir, coitado.
- Vai ter muita comida.
- Ooobaaa.
- Vai ter muita dança.
- Ooobaaa.
- Vai ter muita música.
- Ooobaaa.
Bem, lembrei dessa história por causa de um festival de literatura que vai acontecer na cidade onde a minha irmã tem sítio, São Francisco Xavier. É nesse final de semana, e eu e ela começamos a ler no site tudo que vai acontecer nesse tal Festival da Mantiqueira.
- Olha, vai ter um monte de escritor - ela me disse.
- Ooobaaa - respondi.
- Olha, o Milton Hatoum vai.
- Ooobaaa.
- Olha, o Nelson Mota vai.
- Ooobaaa.
- Olha, a Ivana Arruda Leite, a tua amiga, Lúcia, vai dar um curso pra professores.
- Ooobaaa.
- Olha, até o Mário Prata vai estar junto com a Bruna Lombardi numa palestra de teledramaturgia.
- Ooobaaa Ângela.
Bom, não vamos fazer nenhum curso e duvido que a gente tenha paciência para ver palestra ou diálogo, mas como tudo nos pareceu extremamente divertido, eu e a Ângela resolvemos ir nesse festival. Eu e ela temos histórias e gostamos de escrever, então vamos entrar numa viola, aparecer por lá e fazer a nossa literatura feito duas irmãs sapas malandronas.
- Ooobaaa.
Só espero que a gente não despenque de lá de cima, como na historinha.

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