terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

na calçada


Às vezes, mas só às vezes, penso que São Paulo é um cidade comum. Numa cidade brasileira comum as pessoas colocam cadeiras em calçadas para olhar o movimento. Pelo menos era assim em Duartina, cidade dos meus avós, cidade onde nasceu minha mãe e onde passava férias na infância. Final de tarde e todo mundo trazia as cadeirinhas pra calçada. Uma delícia olhar o movimento, diziam. Com a coisa das novelas as pessoas pararam um pouco, diziam os mais velhos. Mas na Pedroso, na semana passada, achei essa cena. Esses caras. Provavelmente estavam no boteco ao lado, numa mesa. Mas preferiram dispor as cadeiras em fila para todos olharem para a rua. Achei o máximo. Se eles viraram as cadeiras é porque acharam bom olhar a rua. Olhar São Paulo como se fosse uma cidade do interior. São Paulo assim vira uma cidade. Acho demais olhar a rua. Ver os carros, os pedestres, o por do sol. Lembro que isso é bem diferente de se sentar numa mesa de bar que se apropria da calçada.

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