O João joga basquete. Está no time oficial do Clube Pinheiros, na categoria da idade dele, e treina todos os dias, de duas a quatro horas, incluindo finais de semana. É super puxado, e eu passei a levá-lo numa médica que é especializada em crianças que fazem esportes. Ela orienta, faz exames e diz como ele deve se alimentar, além de fazer exames físicos para melhorar o desempenho. Coisa de mãe de atleta. Na semana passada, na consulta, a médica deu a ele uma lista de coisas que ele deveria comer para melhorar seu desempenho. Peixe, frutos do mar, verduras, frutas, carboidratos, etc, tudo de acordo com o resultado dos exames. Cheguei em casa e colei a receita na geladeira.
- Pra você olhar todos os dias e se lembrar que deve comer melhor, João.
Ontem encontrei esse papel, escrito por ele, colado ao lado. Ele não gosta de algumas coisas que a médica recomendou e avisava a Maria que nem adiantava fazer. Que ele não ia comer nem a pau.
A Naninha chegou. Olhou a receita, olhou o papel do João e resolveu intervir. Mas antes resolveu dar uma cutucada, claro. Ora bolas, porque é que a alimentação do João tinha que ser tão importante pra casa toda e ficar exposta ali? Quem perguntou? Quem quer saber? (Irmãos, irmãos...). Nem vem. Lascou o seguinte bilhete, com uma provocação e com a lista dela:
Na hora do jantar, encontrei o bilhete dela. O que ela também não quer comer e o que quer. Li, ri, mas estranhei.
- Gente, tá, mas o que é isso? Arroz adulterado?
- Aquele arroz lá da semana passada, mãe - disse o João - Aquele, que tem a fórmula tradicional adulterada.
- Adulterada?
- Mãe, arroz com verduras, arroz à grega - explicou a Luciana - eu gosto, pode fazer o adulterado pra mim.
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