quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

franka não conta sonho nem a pau


Já falei disso aqui no blog uma vez e repito: acho chatérrimo assunto de sonho. Quando alguém me diz "nossa, sonhei uma coisa louca essa noite" e começa a me contar o sonho, tenho vontade de morrer. Tenho vontade de dizer: "e daí?". Porque ouvir sonho é muito sem graça. E alguém já viu sonho não ser... louco? Sonho nunca tem lógica alguma e você, se não é um especialista na área, não vai tirar proveito nenhum daquilo. E pensem bem - sonho não se compara. Assunto de sonho pra mim, é monólogo total.
Acho que a minha implicância é porque, em histórias de sonhos, a coisa não aconteceu. É tudo mentira sem pé nem cabeça. Sonhos são coisas sonhadas, não coisas que aconteceram de verdade, gosto de histórias que aconteceram de verdade. Não conto meus sonhos para ninguém. Posso até comentar "sonhei com você", mas não conto mesmo.
O pior é gente que interpreta. Um dia, duzentos anos atrás, quando ainda não tinha percebido a chatice dos sonhos, contei um sonho pra um amigo e ouvi o que não queria ouvir. Ele fez uma análise indecente, que me deixou profundamente envergonhada na frente dos outros. Tudo culpa minha que contei, e quem conta, está aberto a análises indecentes. Cuidado.
Mas o que eu queria realmente falar é outra coisa, que tem meio a ver com sonho. Sobre fotos antigas. É que eu tenho algumas imagens de infância que eu só sei de foto. Tenho medo de algumas fotos, pois me parecem sonhos fotografados. Algumas são imagens meio sem graça, uma vez que não lembro que aconteceram de verdade.
Vejam a foto acima. Claro que eu não lembro de quando tirei essa foto ai. E nem sei onde estava. Não lembro mesmo. Mas imagem está ai, gravada, e a menina da direita, com a franja e a bonequinha, sou eu. Quando eu encontro, como hoje, fotos como essa, fico com o maior arrepio. Parece pesadelo, o que essas quatro menininhas estão fazendo sozinhas no meio desse mato? O que eu faço ali??? Que foto - pesadelística, gente. Vejam que ninguém sorri, e parece que só eu conheço o fotógrafo. É absolutamente sinistro. Reparem a minha irmã, a pequenina, se esconde, que a segunda menina da esquerda para a direita parece que olha para um monstro, e que a terceira virou uma estátua-estatelada.
Isso pra mim é outro tipo de sonho. Essas imagens onde dizem que eu estou e não me lembro. Esquisitas essas memórias que a gente cria sobre imagens.

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