Árvore de natal que pisca na sala, um monte de presentes com os nome escrito com caneta bic (sempre no cantinho do pacote), as sacolinhas pelo-amor-de-Deus eu jogo tudo fora, perú assando no forno (se eu conseguir uma das coxas será minha, adoro coxa-de-perú), três garrafas de vinho argentino no barzinho, cervejas e umas coca-colas na geladeira, farofa e arroz já prontos que a Maria fez de manhã, pisca pisca meio tosco no jardim em forma de coração, amendoim e queijinho de aperitivo, cereja, ameixa e melancia de sobremesa, o doce a cunhada prometeu que vai trazer, champanhe nacional gelando (não esquecer de descer as taças do armário de cima), pena que não tenho toalha vermelha, um silêncio aterrorizante na rua, melancolia pura num natal meio triste porque antes de ontem a minha cachorrinha morreu (tadinha), filhos animados para ver os primos, óbvio que esqueci de comprar algum presente, mesa que ainda não foi colocada porque sempre deixo pra última hora porque tenho preguiça, lembrar de pegar os álbuns de retrato dos natais passados, a bagunça que vai estar na cozinha amanhã, a quantidade de papel de presente que vai pro lixo, a festa repetida, as mesmas brincadeiras, as lembranças de natais passados, mais uma vez festa aqui em casa, o cunhado que vai fazer a mesma piada no meio da noite confundindo o ano novo com o natal, essas repetições da vida e da família pra mostrar que ainda existimos e que temos bases sólidas. Seja lá o que isso realmente signifique. Super legal o natal, no final das contas.
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