Esses são os caderninhos da Franka. O um, o dois e o quatro. Um e dois todos escritos e acabados, o 3 eu perdi quando estava pela metade e o 4 eu comecei agora.
Perdi o 3 há 20 dias, quando fui num blog-encontro. No dia seguinte estava arrasada. Como eu ia sobreviver sem ter um lugar para escrever as minhas idéias à noite? Eu nunca saio sem caderninho. Arrumei outro, o 4, e resolvi, pra não me sentir tão mal, que eu tinha que perder o caderninho 3 mesmo. Inventei para mim mesma que era esse o destino, eu perder aquele caderninho. Dai fui me convencendo. Que o caderninho 3 era ruim. Porcaria de caderninho. Que só tinha coisa ruim e assunto feio escrito nele. Que ele abria ao contrário. Que foi um caderno de uma época péssima da minha vida. Putis caderno urubuzento. Etc, etc, etc. Depois de uns dias, eu passei a achar até bom ter perdido. E na minha cabeça, enterrei o caderninho feito se enterram os mortos. Enterro imaginário, claro. Ufa, pensei.
Nesse dia do enterro, à noite, eu tive um pensamento e levei um susto. Nossa. E se eu encontro de novo aquele caderninho uruquento? Eu não queria mais ele de jeito nenhum, e imagina se ele volta feito um... defunto boiando? Passei a ter medo dele surgir. De eu encontrar em alguma bolsa ou embaixo do banco do carro. Olha. O que aconteceu comigo e com o caderninho 3 foi a mesma coisa que acontece com os humanos. Eu me separei do caderno, e quando a gente separa, a gente faz um esforço mental tão grande para acreditar que a outra pessoa é horrível que depois fica quase impossível voltar atrás. A gente fica se convencendo o tempo todo que a separação é a melhor coisa pra você, e as vezes, a sua argumentação para você mesma é tão boa, tão boa que você não quer mais ver o outro humano nem pintado.
Mas aconteceu. Ai. Ontem eu recebi um email do a. . "Franka, achei teu caderninho". Putz. Gente, o defunto boiou, a minha separação micou e agora eu não sei o que fazer. Aceito ou não o caderno 3 de volta na minha vida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário