terça-feira, 21 de agosto de 2007

o território da baleia



Ainda sobre cachorros. Lembrei duma coisa. Minha amiga Silvia tem uma cachorra, a Baleia. A Baleia é uma cachorra muito agitada. Muito, muito, muito. Pula sem parar, lambe a gente, roda em volta feito louca, faz festa pra burro. Não é implicância, eu jamais sou implicante com seres... felizes. Bom. A Silvia tem um escritório na casa dela, uma sala grande, lá atrás. Eu sempre vou até lá nos finais de tarde, nos fins de semana, à noite. Adoramos conversar, tagarelar, desenhar e pintar naquele escritório dela. Mas entre o escritório dela e a casa dela tem... a Baleia. Putis. A Baleia "ilha" o escritório, é impressionante. Não é fácil chegar. O escritório é ótimo, a casa dela é ótima, mas o espaço entre a casa e o escritório é um pesadelo para mim. Vocês não sabem o que é terrível atravessar aqueles poucos metros e subir aquela escada com aquela cachorra maluca de pedra pulando, rodando e se atirando em cima de mim feito uma tarada. Pra piorar, o piso é totalmente escorregadio e a escada, além de preta, tem degraus de alturas diferentes. No piso eu vou me equilibrando no nada, tipo trapezista, na escada me agarro no corrimão e nas paredes, escalando degrau por degrau como se estivesse subindo no Pão de Açúcar. Lembro quando eu era jovem e viajava pra lá e pra cá com meu FIAT 147. Volta em meia em viagens pra praias a gente tinha que atravessar riozinhos com o carro. O meu carro não era nenhum carro ofroudi, eu sabia disso, e morria de medo dele morrer e o rio me levar. Ou molhar um tal dum jiglê, que eu nunca soube pra que servia, mas que quando molhava encrencava o carro de vez. Eu lembro que parava, respirava fundo e ia. SejaoqueDeusquiser, eu pensava. É assim que eu me sinto atravessando o território da Baleia pra ir ou sair do escritório da Silvia. SejaoqueDeusquiser. Gente, juro. Um dia vou fazer um iutube.

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