Antes de ontem eu comprei uma calça jins. Não gosto muito de ir em loja, experimentar roupa, entrar em provador, me despir assim no nada atrás de uma cortininha. Sei que é bobagem, mas me parece uma coisa super indecente.
Mas precisava de uma calça e fui à luta. Entrei na loja, escolhi. A moça trouxe diversos números para eu experimentar e aconselhou: "compra a mais apertada, que jins laceia e depois você vai andar feito um saco". Sou super influenciável por vendedoras solícitas. Óbvio que fui na dela e passei o dia ontem espremida dentro do pano, a beira de uma explosão, esperando o tal do laceamento. Só a noite que senti que aquilo estava melhor. De duas, uma: ou a calça laceou um pouco ou eu emagreci, pois foi impossível comer muito durante o dia com a barriga apertada daquele modo.
Mas o que me intrigou foi essa etiqueta ai, que estava colada no jins. Uma etiqueta de "cuidado". Gente, leiam. Gente do céus, plis, leiam o que está ai em cima e me digam se isso não é o fim do mundo. Depois de uma explicação sobre lavagem, a etiqueta - com um layout de perigo total - avisa: "watch out for white sofas". Na hora não entendi. Sofá? O que tem um sofá a ver com uma calça? Depois me toquei. O jins soltava tinta. Nossa, que perigo.
Hoje o lance legal é escolher, além do jins, a tal da "lavagem". O tipo de desbotado que já vem na calça. E aquela que eu tinha escolhido, a apertada, tinha uma lavagem inacabada. Provavelmente vinha com um monte de tinta e essa tinta iria saindo ao longo da vida da calça. Adorei a idéia. Ora, aquilo era mais que um jins, é um tipo de teoria de vida: um jins jovem que um dia atingirá a maturidade, uma roupa que vai envelhecendo junto com você, perdendo o viço, a cor. E então cuidado com os sofás brancos, explicava a etiqueta. Claro. Tudo a ver. Imagine a vergonha de você, com seu jins novo, numa festinha, toda animada, levanta do sofá e percebe que largou lá um monte de tinta azul. Vexame.
Como fiquei impressionada e como falo muito, matraquei essa história mil vezes ontem a noite na casa do meu amigo a. . Mil teorias sobre o envelhecimento humano, blablabla. "Aliás", comentei, "preciso testar para ver como funciona", eu disse, "só resta achar um sofá branco". Foi quando o Pecus apontou para o lado e me mostrou o sofá do a. E acreditem, gente, o sofá do a. é... branco. Maravilha, pensei. O a. ficou em pânico, mas era irresistível não ir até o fim naquela missão. E lá fui eu fazer o teste do jins danger no sofá. Sentei. Passei a me mexer. Pra cá, prá lá, pra lá, prá cá sob os protestos desesperados do a. Watchim out for white sofas, tralalá. Uma cena bastante esquisita de se ver, mas era praticamente um experimento científico. Depois de um bom tempo de ginástica, me levantei. E olhei. E... nada. Nem uma manchinha, nem um borrão. Acendemos a luz, investigamos. Olhei para eles. "Franka, tanta história para nada", falou o Pecus, tão decepcionado como eu. Já o a. respirou aliviado.
Quer saber? A maior tristeza. Pô, gente. Comprei um jins que mancha sofá e esse jins não mancha o sofá? Putz propaganda enganosa. Tive vontade de ir na loja reclamar. Jins mais porcaria esse.
E mais: querem ver o filme do teste? Estou morrendo de vergonha. O a. (pô, a.!) filmou tudo e postou no carne crua: clica aqui.
Ou então assista aqui mesmo. Depois de uma noite em claro, consegui colocar o youtube no frankamente. Ahá, agora ninguém me segura mais.
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