quarta-feira, 11 de abril de 2007

perde, cresce, perde, cresce


Levei o maior susto. Estava fumando, sentada na varandinha da frente (agora que eu fumo eu uso muito mais as varandas que antigamente) onde tenho uma criação de lagartixas. Melhor assumir que é criação mesmo, já que convivo com elas há anos pacificamente e que, por causa disso, as conheço de longa data. Confesso que no começo já tentei exterminá-las, mas fui impedida pela falta de um veneno específico para tanto. Depois que percebi que elas não entravam na minha casa, preferindo a delas, dentro do ponto de luz, dei de ombros. Somos então duas famílias convivendo lado a lado: a minha e a delas. Porque sempre me pareceu óbvio que elas eram uma família. Papai, mamãe, filhinhos.
Mas domingo estremeci. Vejam pela foto que coloquei ai em cima: uma delas perdeu... o rabo. Caramba, como pode ter acontecido isso? Briga interna? Acidente? Ataque? Estrés?
- Mas olha, tá crescendo outro - falou o Zé, com propriedade - rabo de lagartixa cresce de novo, não sabia?
- Sério?
Coisa mais estranha que eu não sabia mesmo. Mas ele tem razão: é possível ver o cotoquinho nascendo, ontem até reparei que estava um pouquinho maior. Achei demais.
- Já pensou se a gente fosse assim? - comentei com meus filhos - Perde a mão, cresce outra, perde a perna, cresce outra, perde a cabeça, cresce outra, perde o cabelo, cresce outro, hummm, quem sabe loiro?
- Acho que nos humanos a única coisa que cresce de novo é o fígado, mãe - arriscou minha filha - e ainda assim se sobrar um pouco.
Pena, pena. Nisso vida de lagartixa é bem melhor que a nossa.

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