quarta-feira, 7 de março de 2007

tibbles, o gatinho




Ele entrou no meu escritório rindo sem parar.
- Mãe, entra já no linque que eu vou te dar!
- Hã, filho?
- Uma coisa mega-Deusa, mãe, uma coisa da hora, demais! Vai, entra, lê!
Entrei. Wikipédia, um linque de um passarinho extinto que existia na nova Zelândia. Um tipo de pequenino de cotovia que não voava, só andava, como um pintinho.
- É pegadinha, é? Vocês vivem me zoando, eu sei. Lá vem.
- Mãe, não, é uma coisa impressionante, estou rindo há horas, leia, vá, leia!
Pois então eu li. Era a história da saga da extinção da pobrezinha da cotovia da Ilha de Stephens, que não existe mais por causa de um... gato.
- Um gato? Como assim, filho?
Ele gargalhava.
- Mãe, essa é a graça, esse é um absurdo. Imagine toda uma espécie ser exterminada da face da terra por um único animal, um gatinho de um faroleiro chamado Tibbles! Hahahaha. Pensa que maluco, esse Tibbles é demais, é um genocida, um assassino selvagem, um monstro, um mega-Deus. É o único ser vivo da face da terra que externinou toda uma espécie! E nem foi para comer, foi apenas pelo prazer! Que Mussolini, que Hitler que nada, o pior dos seres da face da terra foi o Tibbles! Olha o que fala o texto “ele era apenas um mas o suficiente para provocar uma hecatombe” - ele não parava de rir - Mãe, o Tibbles, o gatinho do faroleiro, hahaha! E pensar que o gato não é famoso até hoje, coitado!
- Nossa – eu me espantei, lendo de novo o texto. É verdade...
- Mas eu vou dar um jeito nisso. Já fiz uma comunidade no Orkut, você me ajuda da divulgar.
- Uma comunidade para as cotovias da ilha de Stephen?
- Não, dãr, mãe... Para o Tibbles, claro. Mega Deus o Tibbles, mega Deus!

Hahaha. Blog serve também pra isso, não?
E está lá, para quem quiser ver, a comunidade do Tibbles, o genocida: Maior do que qualquer ditador da história do mundo, Tibbles, o único ser no mundo responsável pelo extermínio de uma espécie, é o objeto de adoração ou de discussão dessa comunidade.

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