sábado, 31 de março de 2007

melequinhas


Ontem no fim da tarde, num happy hour com alguns amigos blogueiros, cheguei a algumas conclusões sobre umas coisas nojentas. Cheguei nessas conclusões sozinha, pois tenho a ligeira impressão – não me lembro do fim da conversa, fiquei somente com a impressão do meio da conversa – que ninguém concordou comigo. Paciência.
É o seguinte: concluí que dentre as coisas nojentas proibitivas educacionalmente, eu concordo somente com algumas. Acho que algumas coisas nojentas proibitivas educacionalmente não deveriam ser proibitivas pelo simples fato da proibição ser prejudicial a saúde.
Péra.
Será que vocês sabem do que eu estou falando? Provavelmente não, melhor explicar. Coisas nojentas proibitivas educacionalmente são coisas que nós, pais, não deixamos nossos filhos fazerem em casa e que, por causa delas, damos altas broncas nos pobres dos pequenos. São coisas como arrotar, soltar pum, tirar meleca do nariz, se coçar, falar palavrão ou tirar resto de comida do dente. Aprendemos dos nossos pais, do mundo e do livro da Danuza Leão que não podemos fazer essas coisas e damos a maior bronca nos meninos por causa delas. Falamos “que nojo”, “que falta de educação” ou “que desrespeito” e ficamos bravos quando essas regras ancestrais são desrespeitadas.
Ai que está o problema. Ontem eu, que fui a maior respeitadora e polícia das regras das coisas nojentas proibitivas educacionalmente, discordei. Tive um pensamento tipo-genial e re-entendi a educação nojal. Porque pensa, gente. Algumas coisas são realmente nojentas, mas outras, se a gente proibir, são mais nojentas ainda. Resolvi – e confesso que ainda não falei com meus filhos porque eles sumiram esse final de semana – que algumas dessas coisas não serão mais proibidas: tirar sujeira do dente e tirar meleca do nariz. Ora, porque limpeza tem que ser proibida? Coisa mais absurda. É só orientar bem.
Gente, tirar a carninha do meio do dente depois que você comeu é necessário, é ab-so-lu-ta-men-te necessário. Nojento é ficar com a carninha lá, claro, que vai te dar bafo e mal estar, além de te forçar a fazer revoluções linguais absolutamente constrangedoras. Tem que tirar a carninha sim, seja com palitinho, com papelzinho ou com o dedo, embora a minha regra seja que, se for com o dedo, é melhor lavar a mão antes. Quanto a caquinha de nariz, a mesma coisa. Pra que ficar com uma caquinha que não te deixa respirar? Se a caca for enorme o cara pode até morrer, pensa. Putz coisa perigosa. Tem que tirar a caquinha sim, caramba, nojento é ficar com caquinha. Mas e se não tem banheiro nem papel Yes por perto? Como tirar? Com mão limpa, enfia o dedinho e tira. E onde coloca? No guardanapinho, no bolso, na sola do sapato. Feio é colocar embaixo do assento da cadeira, na mesa, na parede. E, claro, completamente proibido é comer. Conclui que o correto é você ser responsável pela sua caquinha. Ora, gente. Guarda e depois se livra.
Bom, os blogueiros fizeram cara feia e me acharam meio nojenta depois que eu declarei isso, mas paciência. Decisão é decisão e eu sou uma mulher de opinião. Já as outras coisas como soltar pum, arrotar e falar palavrão continuarão proibidas na minha casa. Éca, são nojentas e controláveis. Já essas duas, caquinha e carninha, eu liberarei assim que algum filho aparecer e falar comigo nesse final de semana. Resolvido. Boa noite de sábado para todos.

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