terça-feira, 20 de março de 2007

bricadeiras e molecagens



Tudo culpa do Flávio. Desde que entrei nesse mundo dos blogs, em 2004, percebo diferentes perfis de blogueiros. Impossível não rodar e fuxicar e dá pra ver que os blogs são espelhos exatos dos seus donos. Uma vez falei que blogs eram casas virtuais, retomo a mesma idéia e acrescento – são a casa e corpo virtual. Uns mais sérios, outros literários, outros cheios de idéias , outros divulgadores, alguns preguiçosos e alguns com muito senso de humor. Esses últimos são, sem dúvida alguma, os meus prediletos.
No meio de uma das milhares de conversas que tivemos com o Flávio no encontro de sábado, essa foi uma das coisas que comentamos. Acredito que muitas e muitas pessoas são como eu: adoram se enfiar nessa corrente internética bloguística apenas para fazer gracinha e dar risada. Tenho aqui a minha lista de blogs favoritos, e a listá está em ordem de... graça. É ridículo confessar isso, mas é essa a verdade, fazer o quê. Fazer humor é muito mais difícil do que falar sério, me disse o Pecus, é preciso ser muito inteligente para fazer rir e mais inteligente ainda para conseguir rir, por isso gostamos de gente com humor. Bom, o Pecus fala e eu acredito. E tomara que seja ele que me falou isso, eu sou bastante desmomoriada às vezes. Passei a me achar a maior gênia desse dia em diante, mesmo com uma pulguinha atrás da orelha me dizendo “dona franka, a senhora não está mais na idade de gastar esse tempão colocando tarja em foto”.
Mas no encontro com o Flávio fomos muito além da brincadeira de escrever. A brincadeira, real e ao vivo, envolvia seguranças, maitres, garçons (uma das idéias dele era se vestir de garçon e nos servir na mesa), as mesas ao redor, um público enorme. Numa certa altura do campeonato, olhei para ele: “Flávio, eu tenho a impressão que a gente é muito criança. Muito, muito, muito, caramba”. Ele concordou. E mesmo assim, crianças, fomos a cozinha convencer os cozinheiros a nos deixar tirar a foto.
Concluo que sou muito criança, que o Flávio é muito criança, e todos nós, que lemos, comentamos, rimos e brincamos de blog somos todos muito crianças. Mas fazer o quê? Esse é nosso recreio, nosso intervalo de trabalho, nosso cafezinho. Não é fácil ter a nossa idade e conseguir arrumar uma hora de brincar permitida (como somos super inteligentes, conseguimos). É um belíssimo disfarce, não acham? E muitas vezes, na ânsia de brincar mais um pouco, eu me vejo atrasando o trabalho, pura molecagem da minha parte, sempre penso depois, resignada e de castigo enquanto todos estão descansando ou passeando. Mas brincar é inevitável. Desde a criação de um codinome, a “franka”, passando pela invenção de posts – que quando consigo que sejam minimamente divertidos fico pra lá de satisfeita ou comentando gracinhas alheias, é tudo pura brincadeira. Não sei como seria a minha vida hoje sem isso. Brincar e poder ser muito criança é mais que diversão, é quase um tipo de alimento.
Resumindo, desde a semana passada que eu estou atrasadérrima no meu trabalho e na minha vida. Contas a pagar, relatórios que não foram feitos, telefonemas acumulados e eu na maior farra brincando com o Flávio e com vocês.
Puta delícia.
Tudo culpa do Flávio, aquele tarjado ali em cima de preto, na primeira foto onde estamos realmente revelando as nossas verdadeiras identidades.

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