terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

as pirando o pó

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Ontem recebi um telefonema no meio da manhã. Acreditem, um vendedor de aspirador de pó.
Me senti dentro de uma revista da Luluzinha. Da Brotoeja. Do Pato Donald.
O homem falava pra caramba e insistia comigo. Não era qualquer aspirador, era um aspirador R-a-i-n-b-o-w, ele soletrou, e ele explicou: o aspirador reibou é muito, mais muito mais que um reles aspirador. É quase um milagre da limpeza.
O cara era bom.
Ele não me deixava desligar, era também muito bom na técnica de falar sem parar para conseguir ser ouvido. Acho que se eu não tivesse interrompido, ele estaria falando até agora.
Eu conheço esse aspirador reibou de outros carnavais. É um aspirador famoso, tipo a Land Rover dos aspiradores. Carésimo, custa o preço de um fusquinha, mas é muito melhor que um fusquinha, pois ele limpa e tira sujeiras que voce nunca imaginou que existissem na sua casa. Os vendedores sempre fazem uma demonstração e te convencem pelo nojo. O que eles tiram dos sofás, tapetes e colchões da tua própria casa é pra lá de nojento. É um líquido asqueroso, repugnante, repelente, gorduroso, cheio de vermes, fungos e dengues. O negócio funciona a água, e toda a sujeira vai para um tanque transparente – ah, e essa é a alma do negócio, você ver. Com um reibou, você limpa e se delicia olhando as melecas que tirou da sua casa.
Não sei, eu desconfio se aquilo é verdade. Para mim esses vendedores andam com um kit sujeira podre concentrada para piorar as situação nas demonstrações.
- Mas eu não tenho dinheiro para esse aaspirador - declarei, firme.
Bom, o homem deu a cartada final.
- Se a senhora me indicar dez pessoas e essas dez pessoas comprarem um reibou, a senhora ganha um grátis.
Uau. Achei legal, só nessa hora eu me animei. Afinal, blog serve pra que?
Ei. Alguém quer comprar um aspirador de pó?

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