segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

eu prometo



De todas as coisas das festas de fim de ano, a que eu mais gosto, depois dos fogos, obviamente, é a promessa de ano novo. As outras, as comilanças, o passar do ano, as festas, os presentes, tudo me deixa a cada dia mais sem graça. Sei lá, enchi depois que descobri que os lugares das mais lindas luzes são os shoppings e ruas de comércio e que o papai Noel veste aquela roupa por causa da de uma propaganda da Coca Cola.
Ô desilusão.
Já a promessa do ano novo não. É a coisa mais alto astral das festas de final de ano. Passo dias pensando o que prometer. E tenho um monte de teorias.
Bom, uma promessa de fim de ano não deveria ser chamada assim. Olha eu cometendo uma gafe logo na primeira frase. A promessa de fim de ano deve se chamar promessa de começo de ano.
Claro.
Bom, a promessa não pode ser uma coisa que você não vai conseguir fazer. Isso é essencial, tem que ser uma coisa fácil, meio bico. Fazer promessa impossível é muito baixo astral. Essa é a graça: uma meta alcançável, fácil e que melhore a sua vida um pouquinho, apenas um pouquinho.
Não porque você não precise melhorar muito, claro que é melhor termos metas importantes e fundamentais na vida, mas acho que no meio de uma comemoração de reveillon, com um monte de gente gritando e pulando do teu lado, com um monte de champanhe e comida, não é a hora ideal de resolver fazer um doutorado, por exemplo. Num clima de festa, a promessa deve ter clima de festa. Ainda não consegui chegar num nível admirável de criatividade de promessas, mas logo chego lá.
No primeiro ano das minhas promessas fáceis, resolvi beber guaraná ao invés de coca cola. No ano seguinte, prometi que não iria "fingir que não via" os conhecidos encontrados sem querer na rua. Depois prometi responder todos os e-mails e atender todos os telefonemas, principalmente de celular – eu costumo não atender à alguns, confesso. No ano passado eu me comprometi a ver e ler ao menos um filme e um livro por mês. Cumpri tudo com prazer.
Esse ano matutei, matutei e decidi: vou entender o mapa mundi. Eu nunca entendi ou estudei o mapa mundi e sempre me acho ridícula por não saber onde é a Turquia, onde fica Quebéc e nem me recordar o formato do Uruguai. Sou um desastre em mapas mundi, gente. Confundo capitais com paises, confundo continentes, e, até hoje, depois da Bahia eu não me lembro a seqüência de estados do Brasil. Bem, muito menos suas capitais.
Pra que servirá isso? Por enquanto sei lá. É a minha promessa. Achei que era uma boa promessa: feliz, fácil, inteligente.
Tai, prometido. Esse ano Franka entenderá o mundo.

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