quinta-feira, 11 de agosto de 2005

homens, homens...




Adoro quando um assunto gruda no outro que gruda no outro que emenda no outro.
Pois bem, o assunto de ontem era pêlo, e eu falei de homens peludos e tal. E hoje eu vou falar de homens, com ou sem pêlos.
Issoaí.
Ora bolas, não é porque eu sou casada há duzentos anos que eu não posso ter opinião sobre esse assunto. O Zé me conhece, sabe como eu sou, então vou dizer o que eu acho, doa a quem doer, incomode a quem incomodar.
Sempre achei interessante homem peludo. É esquisito, e eu gosto de gente esquisita. Tenho uma teoria que tenho a respeito de namoros, casamentos e relacionamentos. Eu vivo repetindo essa teoria para minhas amigas solteiras e separadas, se elas me ouvissem iam ser muito mais felizes.
Acredito que a gente precisa ver as esquisitices, os erros e os defeitos das pessoas do sexo oposto com mais atenção. E temos que mudar a nossa cabeça para, ao invés de criticar os defeitinhos, passar a apreciá-los.
Descobri isso quando tinha uns dezessete anos. Um dia a minha irmã comentou que os namorados mais bonitos que ela teve tinham se tornado gays.
- Todos os bonitos, Ângela? Até o Marcelo? – perguntei.
Marcelo era o namorado dela da época. Lindão o Marcelo.
- Bom, menos o Marcelo – ela respondeu – mas a gente nunca sabe...
Passei a reparar. Dos namorados que eu tive, alguns bonitos tinham também se tornado gays, já os não tão bonitos ainda davam samba. Deixa eu explicar uma coisa: na minha época homem bonito ou era moreno-olho-verde ou loiro-olho-azul. Era um padrão de beleza, e poucos se encaixavam nesse padrão.
Depois dessa coisa que minha irmã falou, inconscientemente passei a achar que os bonitos, uma hora ou outra, seriam gays. E meu inconsciente passou a desgostar de homens bonitos. Isso mesmo. Não que todos fossem virar gays. É coisa de inconsciente, não tem muita explicação nem julgamento. Só sei que quando tinha dezoito anos, achava horrível homem lindo. E passei a olhar os feios.
Feios? Olha, para quem olha de outro modo, não tem feio no mundo não. O universo dos feios-bonitos é muito, mas muito mais numeroso do que o universo dos bonitos-lindões, porque existe muito mais diversidade no erro do que na perfeição. Mais ou menos o seguinte: um nariz certinho é uma coisa única, já um nariz errado pode ser enorme, pontudo, largo, arrebitadinho, batatão ou ossudo.
Eu achava lindo todos os errados. E eles eram inúmeros.
Com essa teoria, descobri coisas interessantíssimas. Um nariz grandão é o máximo, uma careca reluzente é interessantíssima, pernas ligeiramente grossas são maravilhosas. Um homem com muitos pelos é atraentíssimo, as magrezas esquálidas são sedutoras. Os erros, vistos com os olhos certos, podem ser a saída para um mundo onde a beleza é rara e onde muitos lindos não são necessariamente... homens.
Quando descobri isso, pirei. Achei o máximo. Não tinha chance de eu encalhar na vida. Naquela parcela mínima dos não-gays olhos-verdes-moreno e olhos-azuis-loiros eu teria uma chance de 0,01% de me casar. Já com os maravilhosos erradinhos, a chance pulava para 99,99%.
Mas, ironias do destino, acabei me casando com o Zé, que é normal, bacana e não tem nenhum defeito. Porém sempre explico essa teoria para as minhas amigas, mostrando apontando qualquer pessoa ao redor. Elas dão gritos de horror, acho que ainda não sabem ver. Difícil achar um homem feio, eu acho. Sempre tem uma coisa bacana, é só prestar atenção.
E pêlos, ah, pêlos podem ser o máximo.

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