Tá cada vez mais
complicado fazer um almoço ou jantar com os meus amigos. Assim como não existe
mais shampoo para cabelos “normais”, noto que é raríssimo achar uma pessoa que
coma comida “normal”, ou como se dizia antigamente, “que coma de tudo”.
Tem os que não comem
carne. Tudo bem, é uma escolha, eu como e adoro, mas confesso que me arrepio em
pensar em matar um boi inteiro e tirar um bife de dentro dele. Acho que se minha
alimentação carnívora dependesse de eu mesma trucidar um animal de carne
vermelha para fazer um picadinho, provavelmente nunca comeria. Frango talvez eu
matasse – só não sei como – e peixe, bem, já matei, mas nunca limpei. Mas acho
que conseguiria.
Mas voltando ao
assunto, outro dia fiz a lista dos convidados para um jantar aqui em casa.
Olhei a lista, tinha que agradar a todos. Bom, tinha os que não comiam carne ou
frango, mas comiam peixe. Tinha os que não comiam bichos sem coluna vertebral,
como marisco, ostra e camarão. Tinha os que não comiam carne nenhuma, mas
comiam ovo. Mas tinha os sem ovo também, e tinha aqueles que não comem nada
cru. E agora apareceram um monte de amigos que não comem derivados de leite,
nem um queijinho raladinho e nem um recheio de ricota. Ah, e tinha os que são totalmente
contra o glúten, e até um amigo que não consome farinha industrializada nem a
pau. Na lista localizei também outro amigo, que sei lá porque, que não come
nada que “boia” no prato.
Ou seja, o meu jantar
virou uma enorme complicação. Impossível agradar a todos.
Como eu sou daquelas
que “come de tudo”, acho que o ideal é fazer ao contrário: cozinhar o que bem
entendo, quem quiser que venha. Não sei o que acontece atualmente com a
digestão e com os órgãos internos dos meus amigos. Só sei que, se a coisa
continuar piorando assim, nos meus próximos jantares servirei pão e água. Os dois sem glúten,
claro.
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