terça-feira, 14 de julho de 2015

corre, pedestre, corre

Notei uma coisa sobre as faixas de pedestres. Não com os motoristas, nem com o fato de que, para eles, uma faixa de pedestres devia ser como um farol piscando. Ora, se ela existe, o motorista deve obrigatoriamente desacelerar e olhar se não vai atropelar ninguém. Pelo que sei, isso é agora norma de trânsito, mas quase nenhum motorista não acostumou ainda a olhar para as linhas brancas no chão. 
Já disse aqui que ando a pé pra burro, e que sou a maluca da mãozinha. Quase sou atropelada todo dia, mas sou valente diante das brecadas, já parei ônibus, van e até caminhão. Já fui também muito xingada, pois tem gente que acha que tamanho de carro é documento.
Volta e meia, andando pelas ruas de São Paulo, tenho ideias para nós, pedestres. Muito se fala das bicicletas, mas e a gente? Por exemplo. Acho que devia existir uma campanha para pedestres andarem com um lenço amarelo ou vermelho bem comprido, ou coisa que o valha, pois as vezes o braço da gente é muito curto para ser visto nas ruas com muitas pistas. Inventei também, mentalmente, a ideia de uma faixa de pedestres móvel, tipo um colchonete daqueles de yoga, que você desenrolaria nos locais onde não existe faixa. Ou talvez a obrigatoriedade do uso de apitos (um objeto em total desuso, que teria muitas vendas e abriria um bom nicho de mercado), aliados aos lenços. É. Uma hora vou conversar com meu vereador sobre isso.
Mas quero comentar sobre os pedestres. Uma coisa que noto sempre que estou ou a pé, ou quando dirijo paro numa faixa. Gente, porque é que todos os pedrestes (literalmente to-dos), correm na faixa? Hahaha. Repara. Você para e o pedestre sai correndo em desabalada carreira, como se você estivesse fazendo um puuuuta favor, tipo “nossa, obrigada, que gentileza, deixa eu ir rápido, deixa eu correr, estou te atrapalhando!!!”. Pra que correr? Aqui do lado de casa tem uma escola, e, na hora que os carros param é uma loucura, mãe, pai, motorista, criança, mala de rodinha... todos correndo que nem loucos, como se o mundo fosse acabar! .
É. Pode demorar um pouco para os motoristas aprenderem a ser gentis. Mas a gente que anda a pé, tem também que parar de achar que atravessar a rua sossegadamente é ganhar esmola.

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