terça-feira, 3 de dezembro de 2013

aqueles dias...

Vou trocar de carro, e recebi, do vendedor, uma lista de coisas para providenciar e entregar para ele no dia da troca do carro velho. Uma delas é a chave reserva.
- Ixi. A chave reserva eu perdi, moço.
- A senhora tira uma cópia, porque precisa entregar junto com o carro.
Fui atrás de um chaveiro. Uma fortuna fazer chave de carro. 
- Olha dona, vai demorar quarenta minutos. A senhora espera?
Tinha um sofá. O moço ia e vinha, do carro para a oficina, da oficina para o carro, diversas vezes. Uma hora ele me olhou.
- Não deu certo.
- Como assim, moço?
- Não deu certo a chave.
- Por quê?
- Por causa do dia de hoje. Sabe aqueles dias que tudo dão errado pra gente? Pra mim é hoje.
Claro que eu sei o que são esses dias, quem não sabe? Resposta perfeitamente aceitável a do chaveiro.
- Vamos fazer o seguinte, dona. Vou fazer de novo, eu faço numa boa, mas não vou deixar a senhora esperando mais uma hora. A senhora vai pra casa, almoça, eu passo lá as 4 horas, pego a chave, trago aqui e faço de novo, sem custo pra senhora pois o problema de “nada dar certo hoje” é comigo, não com a senhora. Pode ser?
- Tá bom.
O homem acabou de passar aqui em casa. Entreguei a chave meio hesitante em entregar a única chave a um homem com aquele problema.
- O dia ainda não acabou, moço. Vai dar certo?
- Tomara. E paciência. Se não der, devolvo a chave e pego de novo na segunda. Esses dias são fogo, dona. Fogo.

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