domingo, 6 de fevereiro de 2011

vap terapia



Sempre morri de vontade de vontade de ter uma daquelas máquinas super turbo de limpar o chão para tirar o limo e as cracas. Nunca tive coragem de comprar e a Maria fica há anos penando e esfregando a garagem, a calçada e o quintal para tirar aquele tom preto esverdeado que tomou conta da parte de fora da minha casa. Na semana passada me deu uma louca, implorei pro Zé e compramos a máquina. O máximo poder limpar tudo sem esforço apenas pilotando a espingarda com jato turbo. E imagina se eu ia deixar a Maria fazer aquilo. Resolvi que seria a gente mesmo que faria, eu e o Zé. Depois de penar um pouco pra montar a traquitana, conseguimos fazer funcionar. Nossa, é simplesmente sensacional. Mas a nossa alegria durou uns dez minutos, porque óbvio que a pobre tomada da varanda não aguentou a potência turbo da máquina e puffft. A chave caiu e o vapinho morreu. Decepção é pouco. Tentamos mais duas vezes e, depois de mais alguns putfffts, desistimos. A gente não tava a fim de incêndio, e nem de ficar sem luz. Passei a semana aflita atrás do Carioca, o eletricista, e enfim ontem ele apareceu para colocar fios mais grossos nas tomadas para o vapinho funcionar.
Quando ele foi embora, a gente nem pensou em fazer almoço. Resolvemos limpar tudo naquela hora mesmo. Parecíamos dois viciados. Sabe quando os filhos da gente ganham um videogame de natal e a gente fica chamando sem parar para almoçar, para tomar banho, para qualquer coisa e eles não vem? Era isso, mas ao contrário. Eu e o Zé que não conseguíamos parar de tirar o limo do chão. "Mãe, a gente não vai sair para almoçar?". "Toíno, filha". "Pai, telefone". "Vê quem é e fala que eu ligo jajá, tá na minha vez". Isso fora a briga. "Zé, agora é minha vez". "Não, você ficou quinze minutos e eu tou só a cinco". "Zé, deixa eu, por favor".
Depois de olhar para mim e para o Zé, felizes de tudo, limpando a garagem, o Chico declarou que vaps são máquinas de desestress. "Desestress de velho, é isso", ele concluiu "a terapia do vap". Verdade. É muito bom. Nem dormi direito ontem pensando que tinha que acordar e limpar hoje o quintal. Acordei animadíssima, arrumei a cozinha rapidíssimo e declarei pra os filhos que o almoço ia ser hamburguer. "Peçam na lanchonete porque não vou parar de limpar o quintal", resolvi. E melhor ainda, o Zé hoje tinha um almoço pra ir e decidi que a limpeza do quintal ia ficar toda pra mim. Hehehe, legal.
Gente do céu. Fora mais de 4 horas de vap, minhas mãos estão formigando e latejando com a pressão da espingarda, e como não tenho extensão, droga, a limpeza parou no limite do fio. O meu piso do quintal está feito uma lua, redondo e branco de um lado e preto do outro. Hahaha. Super estranho. Mas tou feliz, calmiiiinha e orgulhosa do meu trabalho. E oba, vou comprar a extensão e claro, vai ter mais vap no fim de semana que vem.

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