quarta-feira, 19 de novembro de 2008

não, de novo não


Santo Deus, vai começar outro fim de ano-fim de mundo. Já falei aqui que detesto fins de ano, porque pra mim parece que o mundo vai acabar, mas no final não acaba nada. Mas uma coisa está ficando legal: a cada ano que passa, eu consigo me desvencilhar um pouco dos malditos presentes. Eu simplesmente não entendo porque a gente tem que dar presente no final do ano. Eu não tenho nenhum dinheiro a mais no final do ano porque não sou funcionária. E no final do ano eu tenho que pagar o 13* da Maria e pagar um monte de matrícula adiantada. O que me deixa incrívelmente pobre. E lá vem a pressão dos presentes. Tento, o tempo todo, reduzir os presentes, mas é um inferno. O carteiro, o lixeiro, o entregador de jornal. A família toda, os amigos, os vizinhos. Não é que eu não goste de dar. O problema é que não dá pra dar. E o problema mesmo é que eu não sei pra que é que eu tenho que dar presente. Não é aniversário de ninguém, ora. Todos os anos eu penso em fugir no dia 20 de dezembro e voltar no dia 5 de janeiro. Gente que viaja é sempre desculpada de não dar presente. Se você está no exterior, então, nem se fala: além de não precisar dar presente, ainda falam de você com um orgulho danado. Mas como eu já tive que pagar o 13* e as matrículas, não sobra dinheiro pra viajar. Todo ano isso. Esse ano eu tive uma idéia: "a gente finge que vai viajar e não vai", sugeri à família. "Mas como mãe?" "A gente não atende o telefone e sai de casa escondido, sem ninguém ver". Ninguém topou. Então eu resolvi. Não vou comprar nada e apenas me fingir de boba. Talvez dê certo.

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