Semana passada chegou um e-mail do grupo de fofocas daqui prédio onde eu trabalho. Um dos condôminos daqui disse que tinha doado imãs de palavras para o nosso painel de avisos, e que as pessoas deveriam ir lá e olhar. Achei super curioso uma pessoa ter essa idéia estapafúrdia, viabilizar e até avisar os vizinhos a respeito, como se aquilo fosse a maior invenção da paróquia. Primeiro porque a idéia vai contra a utilidade do painel: ora, um painel de avisos é para colocar avisos, não para ficar brincando com ele.
Mas parece que as pessoas gostaram, pois o cara que deu o presente recebeu um monte de respostas de vizinhos elogiando a iniciativa dele de dar as palavras. Algumas mulheres disseram até que iam "visitar" o painel de letrinhas. Visitar!
Na primeira semana já deu briga: uma psicóloga queria colocar seu folder e não tinha lugar. Ela começou a empurrar as palavras, alguém não deixou, o gerente-concierge foi chamado para resolver o caso.
Foi quando, outro dia, desci com a M. para tomar café e fomos olhar as tais "palavras-imãs" do famoso painel. Alguém já tinha se aventurado e feito algumas frases meio sem nexo, um outro vizinho fez um monte de poesias concretas muito concretas. Foi quando eu e a M. olhamos para o lado, vimos que não vinha ninguém, fizemos umas frases ridículas e saimos correndo:
"A empregada toma cerveja no forno"."O dentista gato tira a roupa para o médico quente".
Eu sei que nossas frases foram muito idiotas, mas achei essa idéia do painel de palavrinhas uma coisa pra lá de idiota também. Um monte de médicos e adultos mexendo as letrinhas num painel que era para ser de avisos? Pra que? E incrível como a nossa frase do dentista gato e gay tem feito sucesso. Já ouvimos muitas gargalhadas.
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