Aqui no escritório a gente tem dois banheiros. E como somos somente duas aqui, eu e a M., é natural que cada uma dos banheiros pertença a uma de nós. Também me parece natural que a divisão dos banheiros esteja ligada ao posicionamento das mesas, ou seja, o banheiro da M. seria o mais perto da mesa dela e o meu o mais perto da minha mesa. Acontece que o banheiro perto da mesa da M. é bárbaro, tem espelhão redondo, é espaçoso, claro e todo arrumadinho. E o banheiro perto da minha mesa é uma desgraceira: como o dono do imóvel resolveu colocar um ar condicionado split, enfiou a condensadora em cima da privada de um dos banheiros, apoiada em uma prateleira. E para a condensadora respirar, veio o tubo ligado na janela, que perdeu seu vidro. Além disso, a M. resolveu que o meu banheiro é depósito de material de limpeza - tem balde, vassoura e rodo, e ela quer fazer um armário. Além disso, chegaram ontem aqueles negócios de porta papel, porta sabonete e porta toalhinha, que ela comprou pra gente e ela veio me mostrar onde vai fixar.
- M., acha que vai caber?
- Claro que vai. Olha. Colocaremos o toalheiro aqui, a saboneteira ao ladinho dele e o porta papel aqui. Ufa, coube.
- O que não vai caber ai dentro sou eu - avaliei - já entro ai de cabeça abaixada, daqui a pouco terei de entrar agachada e de lado, M.
Era o que me restava nessa altura do campeonato. Um banheiro complicado, onde tenho que fazer xixi embaixo do dutão, na maior ventania, lavar as mãos toda encolhida feito uma corcundinha e afastar as vassouras e rodos e baldes para entrar e sair. Mas não tem problema. Eu não ligo de ter um banheiro complicado. Qualquer coisa, tem muito analista no prédio pra eu desabafar.
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