quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

o D. e a origem do puffe


o meu amigo D. e os puffes
(nota: o puffe da esposição não era igual a esses, mas adorei essa imagem)

Foi na inauguração da exposição do meu amigo Paulo Von Poser, na galeria Monica Filgueiras, essa semana. Estava sem carro e para chegar lá andei um monte. O problema é que eu estava de salto, e andar de salto pelos jardins é fogo. Além das calçadas, tem uma infinidade de subidas e descidas. Cheguei lá e meu pé começou a doer. Foi quando percebi que do lado de fora da galeria, na frente, quase na calçada, foi montada uma tenda quadrada, parecida com aquelas que são montadas nas praias do Guarujá. E nessa tenda havia um enorme puffe. Quadradão, como se fosse uma enorme banqueta. O puffe fazia parte da exposição, pois era revestido com um tecido com um desenho do Paulo, mas quem quisesse podia sentar nele.
Foi um putis alívio (um puffis alívio?). Além de ser gostoso de sentar, o puffe estava num lugar super estratégico, na frente da porta, ou seja, de camarote pra o tapete-vermelho Hollywood dos fotógrafos. Cada famoso que entrava era aquele clic-clic total. O puffe era demais, tinha até atração.
Em pouco tempo o puffe lotou. Cabiam quatro de cada lado e eu estava no melhor lugar, aliviando meus pés e me divertindo. Foi quando chegou um amigo meu que sabe de tudo, o D.. Não tem pergunta que o D. não saiba responder. Imagino que para algumas perguntas ele até invente umas respostas, mas se ele faz isso ele faz super bem, porque a gente acredita mesmo. Lá veio ele pra frente do puffe, e eu lasquei:
- D., me responde: qual a origem do "puffe"?
Olha, sou meio distraída. E desavisada. Para mim, o puffe veio dos anos sessenta, daquelas decorações psicodélicas que incluiam objetos de acrílico e luzes lisérgicas. Se não consegui ir além disso para trás na minha pobre análise da história do mobiliário de decoração no Brasil, imagina no mundo. Mas o D., o homem que responde tudo, nem hesitou.
- Origem do puffe? Otomano.
Todo mundo olhou para ele. Otomano? Hã? Será que era verdade? Olha, se é verdade mesmo ou se não é era é impossível saber naquela hora. Todo mundo aceitou a excelente resposta, todos boquiabertos, afinal, ninguém tinha o menor embasamento teórico para questionar uma resposta tão boa como aquela. E ele, inflado, foi além.
- Foi criado pelos sultões. Os califas. Eles que criaram os puffes. Eles se recostavam nos puffes para descansar e fumar.
Uma resposta magnífica, achei. Digna de um sultão, claro. Talvez eles, os sultões, talvez também tivessem dores nos pés. Que sapatos será que eles usavam? Esqueci de perguntar ao D..
Olhei para a frente. Os flashs clicavam um estilista famoso da SPFW que acabava de entrar. Assim eu, uma verdadeira sultona otomona, me recostei no puffe e acendi um cigarro para apreciar. Ora.

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