sábado, 17 de novembro de 2007

quantos anos fez a naninha?


Ontem foi o aniversário da Nana, minha filha do meio. Ela quase nasceu no feriado, no dia 15, e quando eu estava grávida a família torceu muito para isso. Dia 15 de novembro era aniversário do meu avô, que tinha morrido uns anos anos e que, por causa disso, se chamava "Benjamin Constant". Dr. Benjamin, pois era médico. Mas o trabalho de parto demorou e ela acabou nascendo à uma da manhã do dia 16.
Assim, todo ano, obviamente, o aniversário dela "cai" no meio do feriado, e ela nunca pôde dar uma festa no dia certo.
Ontem, depois de um almoço de família, com avós, tios e primos, ela pergunta se pode chamar uns amigos no fim da tarde para um bolo.
- Claro - respondo.
- Mas serão poucos, mãe, cê sabe, é feriado, será uma turma até meio disparatada, pois são as pessoas "que não foram viajar"...
Achei que seriam dois ou três, mas quando vi a casa estava tomada por adolescentes espaçosos e alegres, deitados no chão e nos sofás. Depois de ficar um tempo vendo tevê no quarto, pra não "atrapalhar" a conversa deles, e depois de embromar um pouco na cozinha, fui até a casa da minha mãe pegar o tradicional bolo que ela sempre faz para os netos e propus cantarmos parabéns na copa. Foi quando lembrei das velas.
- Ixi, filha, esqueci de comprar velinhas. Vou ver se tem na gaveta umas já usadas,daquelas de números, senão vou comprar e já volto.
Sair? Não, nunca. Os garotos todos foram contra, claro, queriam cantar e comer logo. Assim, peguei uma infinidade de velas usadas que a Maria guarda na gavetinha, e eu e o João passamos a analisar.
- Ah, droga, mãe, não tem bem a que precisamos. A do último número dos anos dela
Foi quando a Nana teve a idéia.
- Não tem problema nenhum. Vamos fazer então colocar as velas que dêem uma soma. A soma dos meus anos. É uma idéia legal, e a gente faz isso se tornar uma espécie de tradição na nossa família! - e assim ela e os amigos passaram a compor.
- Essa, essa, essa e... essa. Não. Essas quatro aqui. Não, essas cinco aqui, melhor.
Resolveram, sei lá qual exatamente o critério numérico, mas colocamos no bolo e fomos cantar os parabéns. Acendi as velinhas, uma a uma, mas quando larguei o fósforo, uma delas... morreu. As velas de número tem um pavio curtinho, e como já eram usadas estavam mínimas. Depois de dois segundos, um outra se foi.
- Ai, e agora? Rápido mãe, coloca outra, vai!
Nunca tive um problema assim no parabéns. Uma soma? Era preciso pensar depressa e somar rápido, antes que outras se fossem. Ou seja, as duas que tinham que ser substituídas deveriam ter a mesma soma daquelas que morreram. Eu rapidamente pesquei na caixinha e enfiei no bolo, enquanto todos contavam para ver se eu tinha acertado. Bingo. Ufa. Já pensou se erro na soma, o vexame diante daquele monte de adolescentes-que-só-tiram-sarro-de-mãe?
- Parabéns a você, nessa data querida... Naninha, naninha!
Parabéns, filhoca. Ainda bem que você fez os anos certos.

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