Minhas amigas Bê e Fran adoram coisas esotéricas, já contei uma vez. Esse lance de horóscopo, ichingui, numerologia, oráculos, ioga, mapastral, eticéteretal. Eu não acredito e nunca acreditei nessas coisas, mas juro que respeito pra burro. Ando até lendo ichingui, depois que ganhei um livro da Bê a respeito, só não sei fazer o tal do hexagrama, pois tem uma lógica confusa demais pra mim. Uma vez a Bê tentou me dar uma aula de mapastral, coitada. Desenhou um círculo, e ia colocando em volta diversos símbolos, aquela coisa de água, terra, fogo e ar, e depois mais uns outros simbolinhos. Até uma hora consegui seguir a linha de raciocínio dela, mas ela começou a explicar muito e me embananei. Depois dela falar um tempão e concluir um monte de coisas, me perguntou:
- Entendeu?
Tive que ser sincera. Eu juro que fiz esforço, pensei em não ser tão “franka”, mas achei melhor revelar a verdade.
- Não, Bê.
- Nadinha? Sério?
Nessa nossa última viagem, os esoterismos das minhas amigas foram longe pra burro. Tudo tinha um monte de significados, e no último almoço não agüentei. Aquela coisa achar significado entrou na minha cabeça e me abduziu completamente. Estávamos sentados todos numa mesa redonda, ao ar livre, sobre um piso de grama com pedras, e as cadeirinhas ficavam todas meio bambas, com os pés ora em cima da pedra, da terra ou do nada.
- A gente devia fazer uma leitura dos pés das cadeiras – sugeri, brincando.
- Pés das cadeiras? – elas estranharam.
- É, olha, parece iching, horóscopo. Temos todos quatro apoios, e cada um de um jeito: tem gente sobre a terra, outros sobre a pedra, outros sobre o ar. Isso deve significar alguma coisa para vocês.
Claro que elas levaram a sério e fizeram o esquema (elas sempre levam tudo a sério). Analisaram, analisaram, até que a Bê desistiu: não era ainda a hora de entender aquilo. O destino, o destino abriria portas um dia. Foi quando chegou o café, e junto com o café tinha um pote de pão de mel. Todo mundo avançou, e eu, empolgada em achar mais significados, vi.
O pão de mel estava meio derretido, e alguém colocou sobre um guardanapinho de papel. Quando pegou pra comer, ficou um desenho estampado no guardanapinho.
- Olhem, uma imagem! A imagem do pão de mel!
Gente, que engraçado. Foi um tal de todo mundo sortear um pão de mel para si, derreter com fogo e decalcar em papel. E os significados que elas achavam, que máximo. Um monte de dragões, peixes, cavalos, pedras, fogo, trovão, caldeirões. Passamos um tempão naquilo, entendendo as nossas vidas no pão de mel.
Nesse final de semana nos encontramos de novo. Lembramos do pão de mel na hora do café, quando a Bê serviu umas bolachas Negresco. Ela abriu uma para comer, sabe quando você descola um lado do outro? Pois bem. Ela deu um berro. Geeeente! E lá ela viu um novo oráculo. O oráculo da bolacha Negresco. E assim tiramos a sorte de novo, desta vez com bolachas. Estamos craquérrimas nessa modalidade inédita. Pensamos em reunir grupos para tanto. Alguém se habilita?
- Entendeu?
Tive que ser sincera. Eu juro que fiz esforço, pensei em não ser tão “franka”, mas achei melhor revelar a verdade.
- Não, Bê.
- Nadinha? Sério?
Nessa nossa última viagem, os esoterismos das minhas amigas foram longe pra burro. Tudo tinha um monte de significados, e no último almoço não agüentei. Aquela coisa achar significado entrou na minha cabeça e me abduziu completamente. Estávamos sentados todos numa mesa redonda, ao ar livre, sobre um piso de grama com pedras, e as cadeirinhas ficavam todas meio bambas, com os pés ora em cima da pedra, da terra ou do nada.
- A gente devia fazer uma leitura dos pés das cadeiras – sugeri, brincando.
- Pés das cadeiras? – elas estranharam.
- É, olha, parece iching, horóscopo. Temos todos quatro apoios, e cada um de um jeito: tem gente sobre a terra, outros sobre a pedra, outros sobre o ar. Isso deve significar alguma coisa para vocês.
Claro que elas levaram a sério e fizeram o esquema (elas sempre levam tudo a sério). Analisaram, analisaram, até que a Bê desistiu: não era ainda a hora de entender aquilo. O destino, o destino abriria portas um dia. Foi quando chegou o café, e junto com o café tinha um pote de pão de mel. Todo mundo avançou, e eu, empolgada em achar mais significados, vi.
O pão de mel estava meio derretido, e alguém colocou sobre um guardanapinho de papel. Quando pegou pra comer, ficou um desenho estampado no guardanapinho.
- Olhem, uma imagem! A imagem do pão de mel!
Gente, que engraçado. Foi um tal de todo mundo sortear um pão de mel para si, derreter com fogo e decalcar em papel. E os significados que elas achavam, que máximo. Um monte de dragões, peixes, cavalos, pedras, fogo, trovão, caldeirões. Passamos um tempão naquilo, entendendo as nossas vidas no pão de mel.
Nesse final de semana nos encontramos de novo. Lembramos do pão de mel na hora do café, quando a Bê serviu umas bolachas Negresco. Ela abriu uma para comer, sabe quando você descola um lado do outro? Pois bem. Ela deu um berro. Geeeente! E lá ela viu um novo oráculo. O oráculo da bolacha Negresco. E assim tiramos a sorte de novo, desta vez com bolachas. Estamos craquérrimas nessa modalidade inédita. Pensamos em reunir grupos para tanto. Alguém se habilita?
Bom. Tudo bem. A gente já foi considerada louca há muito tempo.
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