Fim da tarde, estava na casa de um amigo. Lembrei.
- Ei. Esse mês é meu aniversário. Sabia que vou dar uma festona? Enorme?
- Sério? - ele perguntou.
- Vou convidar tooodas as pessoas que conheço. Todas. De todas as turmas que eu tenho - falei, exibida.
- Uau. Quantas?
- Sei lá. Duzentas? Duzentas e cinquenta? Se convidar os parentes dá mais que isso. Vai ser o máximo.
Ele me olhou meio torto.
- Nossa, ô Frankilda, é muita gente...
- É nada. Divertido.
- Com gente demais não dá nem pra conversar, Franka.
Eu parei para pensar.
- É, talvez eu leve bastante tempo cumprimentando mesmo... - conjecturei.
- E se despedindo - ele completou - e, se for cumprimentar casal, demora mais ainda.
- Vamos fazer as contas - sugeri - quanto tempo a gente leva para cumprimentar uma pessoa num aniversário?
Meu amigo franziu a testa.
- Hummm. Um minuto. Às vezes dois. Depende do grau de intimidade, do tempo que você não vê o fulano. Se tiver presente, piora. Pra abrir demora, depois tem que elogiar e agradecer.
- Verdade. Mas vamos pegar o "um" minuto. Um minuto por pessoa - falei.
- Isso dá sessenta pessoas em uma hora. Franka, você vai demorar mais de três horas para cumprimentar todos os seus convidados. Pensa bem - ele riu - e ixi, mais três horas pra despedir. Total de seis horas. Seis! Hahaha. Ei, quanto tempo tem uma festa?
- Droga. Acho que essas seis horas - respondi, meio chateada.
- É. Vai ser a pior festa da sua vida. Você não vai beber, nem dançar, nem conversar, nada. Vai ficar só falando "oi" e "tchau". Num inventa, Franka. Hahaha.
- Tá - suspirei - Vou pensar nisso. Puxa vida.
Ei. Quantas pessoas tornam uma festa viável para o aniversariante?
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