terça-feira, 4 de setembro de 2007

palavras de desordem



Foi outro dia, quando assistia um jornal de notícias na tv que o Zé errou. O Romário apareceu e ele fez um comentário.
- Olha. Não sabia que o Romário participava de uma campanha contra o apoio a ajuda à síndrome de down. Ele tem uma filhinha com problema. Olha lá.
Meus filhos não perdem uma para achincalhar o pai.
- Paiê.
- Quê.
- Você errou. Não existe campanha "contra" a ajuda à síndrome de down. Você falou errado.
O Zé comentou, distraído.
- Ah, é. É que tem muita campanha hoje em dia. A gente confunde.
- Confunde, pai?
- É, é um pulinho para confundir os "a favores" com os "contras". Se a gente pensa ou fala rápido, dá pra confundir tudo. Tem campanha pra tudo, umas sim, outras não. Como "salvem as baleias - tô fora". Se eu falar rápido, muita gente nem percebe.
Foi o mote para os filhos todos começarem.
- Hahaha. Olha as campanhas do papai. Pai, tipo "aids, tô nessa?" - riu a Luciana.
- Ou "Violência contra a mulher - diga sim", hahaha - brincou o Chico.
- "Desenvolvimento sustentável - evite"!
- "Drogas - diga SIM"! Pai, vamos fazer umas camisetas? - continuou o Juca - Hahaha!
- "Una-se a favor da exploração sexual de crianças"!
- "Camisinha - evite!".
- "Xô à amamentação!".
- "Cpmf - eu apoio!".
- "Reciclagem não, desperdício sim!".
- Hahaha, "diga 'não' à paz mundial!".
Eu sei que é o tipo de brincadeira errada. Totalmente errada. Mas sinceramente gente, tem hoje no mundo campanha demais para a gente se engajar, e a chance de você trocar as letras é muuuito grande. Sei também que esse post parece meio politicamente incorreto, e me apresso a dizer que, apesar das brincadeiras, apoio todas as campanhas certas. Sem ser xiita, claro. A minha contribuição para o futuro da humanidade não será vestir nenhuma dessas camisas. Talvez seja somente escrever crônicas. E quanto ao desarmamento, sou contra. Não. Peraí. Sou a favor. Não, errei. Contra? A favor?

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