- Nesse carnaval eu ia trabalhar, mas estou tão cansado que resolvi ir para a praia descansar um pouco.
- Nossa, eu também. Estou um bagaço. Preciso muito descansar. Muito.
Esses são dois amigos meus conversando antes do carnaval. Diziam entre si que estavam exaustos, esgotados, exauridos e precisavam descansar, descansar, descansar. Os dois se mandaram para uma viagem de uma semana e voltaram só ontem.
- Nossa, eu também. Estou um bagaço. Preciso muito descansar. Muito.
Esses são dois amigos meus conversando antes do carnaval. Diziam entre si que estavam exaustos, esgotados, exauridos e precisavam descansar, descansar, descansar. Os dois se mandaram para uma viagem de uma semana e voltaram só ontem.
Sei lá, viu. Os dois são saudáveis, fortes, bem alimentados, tem empregos, família. Pra que será que as pessoas precisam tanto descansar exatamente nas vésperas de férias, feriados e dias santos? De onde vem tanta canseira, exaustão e esgotamento?
Gente, será que a humanidade está pifando?
Olha, acho que as pessoas mentem. É, mentem, inventam, exageram o cansaço para justificar a quantidade de viagens que fazem ao longo do ano. É óbvio que as pessoas não precisam viajar tanto tempo e nem tantas vezes apenas para descansar. Muitas das viagens são apenas vagabundagens, para ficar a tôa, mas ninguém assume isso.
- Preciso descansar – dizem.
Gente, será que a humanidade está pifando?
Olha, acho que as pessoas mentem. É, mentem, inventam, exageram o cansaço para justificar a quantidade de viagens que fazem ao longo do ano. É óbvio que as pessoas não precisam viajar tanto tempo e nem tantas vezes apenas para descansar. Muitas das viagens são apenas vagabundagens, para ficar a tôa, mas ninguém assume isso.
- Preciso descansar – dizem.
E depois dessa frase, alguém tem coragem de duvidar?
O meu avô, por exemplo. Deve ter tirado férias apenas umas duas vezes na vida. Praia? Acho que uma vez só e olhe lá, nem sei se algum dia colocou uma sunga, nas fotos ele sempre estava vestido. Não me lembro dele reclamar de cansaço na vida – e olhe que ele morreu bem velhinho, trabalhando. As minha outra avó acho que nunca tirou férias. O meu pai, que morreu cedo, nunca pegou um avião, nunca foi ao nordeste - descansar era, para ele, uma atividade quase diária, em casa. Não que as pessoas não trabalhassem naquela época. Acho apenas que elas não pensavam tanto em descanso.
Hoje é uma maluquice. A nossa sociedade é toda fundamentada no fato das pessoas se cansarem e precisarem de férias. E, por trás das férias, existe um mundo. Empresas, hotéis, profissionais. Aliado a isso, uma infinidade de gente que adora consumir.
- Descansou no carnaval?
- Nossa. Um monte!
Mas a questão não são as férias, obviamente. O problema é o excesso de cansaço. Tá todo mundo cansado demais. Pensa bem - férias são coisas inventadas pelo homem. O homem nasce e, para viver, precisa comer, precisa beber, precisa respirar. Mas não vem de fábrica precisando de... férias. Isso foi uma coisa inventada pelo homen. É claro que é possível viver a vida toda – como meu avó e como muita gente – sem férias nenhuma. É isso que me intriga – esse súbito “cansaço” da humanidade me parece meio... forçado.
Ichi. Isso tá parecendo discurso de sem-férias recalcada. “Lá vem a branquela e estressada da Lúcia para estragar nosso barato”. Tá, tá, eu não tiro muitas férias mesmo. E deve existir, lá no fundo da minha teoria, um tantinho de implicância sim. Mas não agüento mais ouvir em tudo quanto é canto que as pessoas estão “muito cansadas”, “muito, muito cansadas”, ou “muito, muito, mas muito cansadas” e que por isso precisam de férias.
Bom, pensando bem... que discurso mais chato.
O meu avô, por exemplo. Deve ter tirado férias apenas umas duas vezes na vida. Praia? Acho que uma vez só e olhe lá, nem sei se algum dia colocou uma sunga, nas fotos ele sempre estava vestido. Não me lembro dele reclamar de cansaço na vida – e olhe que ele morreu bem velhinho, trabalhando. As minha outra avó acho que nunca tirou férias. O meu pai, que morreu cedo, nunca pegou um avião, nunca foi ao nordeste - descansar era, para ele, uma atividade quase diária, em casa. Não que as pessoas não trabalhassem naquela época. Acho apenas que elas não pensavam tanto em descanso.
Hoje é uma maluquice. A nossa sociedade é toda fundamentada no fato das pessoas se cansarem e precisarem de férias. E, por trás das férias, existe um mundo. Empresas, hotéis, profissionais. Aliado a isso, uma infinidade de gente que adora consumir.
- Descansou no carnaval?
- Nossa. Um monte!
Mas a questão não são as férias, obviamente. O problema é o excesso de cansaço. Tá todo mundo cansado demais. Pensa bem - férias são coisas inventadas pelo homem. O homem nasce e, para viver, precisa comer, precisa beber, precisa respirar. Mas não vem de fábrica precisando de... férias. Isso foi uma coisa inventada pelo homen. É claro que é possível viver a vida toda – como meu avó e como muita gente – sem férias nenhuma. É isso que me intriga – esse súbito “cansaço” da humanidade me parece meio... forçado.
Ichi. Isso tá parecendo discurso de sem-férias recalcada. “Lá vem a branquela e estressada da Lúcia para estragar nosso barato”. Tá, tá, eu não tiro muitas férias mesmo. E deve existir, lá no fundo da minha teoria, um tantinho de implicância sim. Mas não agüento mais ouvir em tudo quanto é canto que as pessoas estão “muito cansadas”, “muito, muito cansadas”, ou “muito, muito, mas muito cansadas” e que por isso precisam de férias.
Bom, pensando bem... que discurso mais chato.
Acho que preciso de férias.
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