sexta-feira, 8 de julho de 2005

surpraize!


- Alô! Boa noite, aqui é a secretária da Franka, tudo bem? Estou ligando para avisar todos os visitantes do "frankamente" para darem um pulo JÁ no Grafolalia para dar parabéns pro nosso grande João Antônio Buhrer, que é aniversário dele.
* Parabéns, João! Beijo da lúcia! E vamos à crônica:

Eu não tenho secretária. Mas já tive. Muitas.
No começo, quando somos recém formados, achamos o máximo ter uma secretária. Alguém que resolve todas as burocracias chatas para você, telefona, atende, te serve café. Há algum tempo que não tenho, mas convivo com muitas e me lembro com saudade das secretárias que tive.
A primeira foi a Adriana. Era muito menina quando veio trabalhar comigo e com meus sócios, mas era muito eficiente, esperta e rápida. Fazia qualquer coisa no maior bom humor, dando gargalhadas. Mas tinha um problema: não conseguia deixar de achar que todo mundo era amigo íntimo dela, inclusive os nossos clientes, que ela tratava como os colegas de escola. Dava a maior vergonha. Chamava todo mundo pelo primeiro nome, puxava conversa, isso quando não punha apelidos.
- Oi, Marcelo, tudo jóia?
- Alô, Silvinha? Tá boa? Eu tou na maior gripe hoje, não repara. E você?
- Falaí, ô Dudu! Quanto tempo que você não telefona aqui!
Eu ouvia esses desastres de longe. Saía correndo.
- Adriana, ô menina, que negócio é esse de “falaí ô Dudu”? Você nunca viu o sr. Eduardo na frente, Adriana, ele pode ser seu avô! Não faz isso!
Um tempo depois tivemos outra secretária, uma moça alta, que adorava se arrumar. O problema é que ela se arrumava demais para apenas trabalhar. Parecia que ia para um casamento todo dia. O escritório tinha uma porta de vidro que dava para a rua e ela ficava ali, numa espécie de vitrine, e a cada dia inventava uma moda. Um dia resolveu ir de chapéu. Parecia que ela era uma madrinha de casamento, fantasiada e completamente inadequada na nossa vitrine. Ensaiamos diversas maneiras de pedir que tirasse aquele troço preto com florzinhas da cabeça sem magoá-la, mas ninguém tinha coragem. Até que um dos sócios se encheu. Foi até ela, olhou sério e não deu explicação nenhuma.
- Tira esse negócio da cabeça. Aqui é proibido trabalhar de chapéu.
E ponto final.
Ô coragem, foi de tirar o chapéu a atitude dele.
O Zé teve durante anos uma secretária, a Sandra. Ela era a secretária com mais cara de secretária que eu já vi. Era branquela e magra, com a pele exatamente da cor da pele. Sabe aquela cor, a cor de pele? Era a cor da Sandra. Um dia ela arrumou uma roupa diferente. Veio de “tomara que caia” com um casaquinho por cima, e era tudo de uma cor só.
Cor de pele.
Como no meio do dia estava muito calor, ela tirou o casaquinho e ficou só de “tomara que caia”. Só que ela trabalhava atrás dum computador, e todo mundo que entrava, olhava de relance e achava que ela estava... pelada. Era um atrás do outro arregalando um olhão. Imagina a Sandra de topless.
A Sandra era nervosa e tinha muitas dores no estômago. Mandaram ela para o médico, podia ser uma úlcera. Ela voltou assustada:
- Ai, tive que fazer um negócio horrível! Aquele troço imenso entrando dentro de mim, lá dentro!, você não imaginam!
A Sandra era solteira, e todos achavam que aquela foi a primeira experiência sexual dela.
A endoscopia.
Mas a secretária mais engraçada foi a de um amigo meu. Esse amigo faz muita festa para os clientes dele, fala alto, faz teatro, é o jeito dele.
- Mas que surpresa, Marião!
- Ôpa, que visita boa, Rubem!
- Fala, Jorge, tudo firme?
A secretária nova só olhando, de bituca. Só olhando, o dia todo reparando. Um hora chegou um cliente que meu amigo não conhecia direito. Ele estava no telefone e ela não podia anunciar. A moça não teve dúvida: pegou o cliente pela mão, levou ele até a sala do meu amigo, abriu a porta num sopetão, e gritou para ele, sorrindo:
- Surpraize! Olha quem está aqui!
O cliente queria virar pó de vergonha, e meu amigo, boquiaberto, atônito. Bom, essa moça acabou ficando anos e anos com ele, e ele sempre contando a gracinha dela.
Vai entender...

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