sexta-feira, 18 de março de 2005

um corpo que cai


calma, gente

Isso não é o que vocês estão pensando. O frankamente não publica notícias policiais.
Calma.
Isso é o que acontece com qualquer obra ao meio dia e UM minuto.
Para quem não sabe, todo mundo pára de trabalhar nas obras exatamente ao meio dia. Assim, ao meio dia e UM minuto, toda a mão de obra que um minuto antes estava em plena ação, cai no chão onde estiver e... dorme.
Profundamente...
Acho que é canseira pura. Imagine, os rapazes trabalham para burro, trabalho duro, físico, braçal. Quando toca aquela sirene eles só querem uma coisa: descansar.
Uns caem no chão mesmo, outros sobre as caixas de material, outros em cima de pedras, outros apoiados em pregos, eu juro. Tenho a impressão que eles competem quem consegue dormir pior.
Conheci um pedreiro uma vez, que era zombado pelos outros, pois não dormia sem "travesseiro": ele usava a sua própria bota. "Que frescura!", diziam os amigos.
Um arquiteto amigo meu me disse que sempre que chega numa obra nesse horário se sente em pleno Vietnam, rodeado de corpos. "Parece que estou no set de filmagem do filme Platoon, lúcia!". É verdade. Em alguns lugares, temos até que "pular" diversos corpos para poder circular.
E essa semana eu consegui documentar. Tirei essa foto essa semana, lá no Rio. Olha a tranquilidade do fulano, despencado no chão. Comentei com os engenheiros dessa obra sobre o Vietnam.
- Não, não! - eles me disseram, rindo - Aqui a gente chama de "hora do tsunami". Repara! - e ele mostrou todo o páteo coberto de corpos.
Viche...

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