terça-feira, 8 de março de 2005

olha a lindeza


o lilás no muro caiado vermelho

Tudo bem que a árvore caiu e que a forquilha se foi. Mas olha a lindeza da orquídea que nasceu na janela da minha cozinha.
Olha a corrr dessa florrr!
Gente, perdoa. Eu (sério) não deveria ter falado da árvore amputada na porta da minha casa. Há algum tempo que decidi não contar as coisas ruins que me acontecem para ninguém para não espalhar mau agouro.
Tudo porque uma vez entendi que as conversas com amigos são assim: tagarelar é presentear o seu interlocutor. Conversas são presentes. Você dá, ele te dá, você dá mais para ele, ele dá mais ainda pra você, e assim a conversa se forma. Depois de uma boa conversa, a gente sempre se sente mais "cheio" ou, sei lá, mais "gordo" de assuntos, não é?
Bom, quando entendi isso, fiquei maravilhada com a idéia. Eu reclamava demais de tudo e era a maior chata da paróquia. Saí um dia de manhã disposta a falar só coisas legais. Mas na primeira conversa que eu tive com uma amiga, ela só me despejou desgraça. Gente do céu. Foi horrível. Doenças, tristeza, raiva, vingança, fofoca. E ela se foi e eu fiquei ali, com todo aquele presente horrível na mão.
E o que fazer se as coisas ruins acontecem, ese temos vontade de contar? Decidi e combinei comigo mesma que só falarei sobre as coisas ruins só quando eu conseguir transformá-las em coisas engraçadas.
Ou ao menos... tragicômicas.

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